Homem branco, acima dos 60 anos, com formação universitária, patrimônio declarado à Justiça eleitoral na casa dos milhões de reais, tradição política de família, filiação a um partido de centro e carreira política longa. Muitas vezes, marcada por suspeitas. Esse é um breve retrato da Casa que votará nesta quarta-feira (11) o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Como citou a publicação do portal Pragmatismo Político, um Senado que é a cara do seu presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL). Pai de governador, irmão de deputados e prefeito, Renan tem 60 anos de idade, quase 40 deles passados em cargos públicos. Dono de um patrimônio declarado de R$ 2 milhões em 2010, o peemedebista responde a 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), dos quais nove relacionados a fatos apurados pela Operação Lava Jato. Em 2007, o senador abriu mão da Presidência da Casa para não ser cassado. Por duas vezes, naquele ano, escapou da degola em votação secreta.
Mesmo com tantas pendências, conduzir o processo de impeachment não tem causado qualquer constrangimento a Renan. A bancada que o presidente do Senado lidera é numerosa. Reúne um em cada três integrantes da Casa.
Um senador condenado a quase cinco anos de prisão, um ex-presidente da República afastado do mandato em processo de impeachment, 24 investigados por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro – 13 deles suspeitos de participar do maior esquema de corrupção descoberto no Brasil nos últimos tempos.
Político cassado, como o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ou que renunciou para fugir da cassação, a exemplo de Jader Barbalho (PMDB-PA), o outrora poderoso presidente do Senado. Assim como Renan, Cássio e Jader também aparecem na planilha apreendida na casa de um executivo da Odebrecht com nomes e valores atribuídos a políticos. Entre eles, 16 senadores. Todos negam envolvimento em irregularidades.