A proposta de 15,53% feita quarta-feira, 04, pelo governador Amazonino Mendes de reajuste salarial aos professores em greve há duas semanas, segundo o deputado Serafim Correa, é um faz de conta de um governo habituado a fazer ameaças que não conhece a realidade da categoria.
“A sensação que eu tenho é de que quem fez essa proposta não tem a menor ideia da realidade dos professores e aí vendem uma outra realidade. Já passei dos 70 anos, o governador e o secretário de Educação, também. A idade não nos permite fazer coisas irracionais. Agora não dá, e isso precisa ficar bem claro, para querer interromper o debate político, querer ameaçar, querer dizer que é o tal, esse tempo já passou”, destaca Serafim.
Para o deputado, os argumentos utilizados pelo governo para não conceder o reajuste pleiteado pelos profissionais da educação, foram derrubados um a um, como a falta de recurso e os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal, por exemplo.
“Mostrei pelo portal do Fundeb que no primeiro bimestre entraram R$ 393 milhões nos cofres do estado. O prazo para o governo dizer em que gastou esse dinheiro venceu no dia 31 de março e silenciaram. Depois disseram que não poderiam dar o reajuste para os professores por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mostrei que no portal do FNDE isso não existe”, ponderou o parlamentar.
Serafim Correa disse ainda que a proposta apresentada, ontem, pelo governo coincide com direitos que já consagrados e com benefícios já usufruídos pela categoria, como a manutenção do plano de saúde, enquadramento de professores e pedagogos, retirada do desconto do vale transporte e criação de uma comissão de revisão do PCCR e da progressão horizontal.
“Reajuste de 15,53%? Eles não explicaram, por exemplo, se isso será pago parcelado. Afirmam que vão manter o plano de saúde para todos. E o que isso significa a mais para os professores? Eles só estão mantendo o que já existia. Progressão vertical é natural e já está prevista em outra lei. Afirmam que vão retirar o desconto de 6% do vale transporte e não dizem quanto é isso em dinheiro. Por último, eles prometem criar uma comissão de revisão do PCCR e da progressão horizontal com a presença do sindicato. Ora, progressão horizontal é algo natural depois de determinado período”, avaliou Serafim.
Lideranças do movimento grevista dos professores da rede estadual de ensino disseram que a paralisação continua e vão aguardar uma nova proposta do governo.
