Setor empresarial pede ações na amazônia para melhorar a imagem do Brasil

São Félix do Xingu (PA) - Cerca de quatro mil indígenas participam da Semana dos Povos Indígenas. O evento começou no sábado (15) e vai até quarta-feira (19), quando é celebrado o Dia do Índio (Thiago Gomes/Agência Pará)

O setor empresarial, por meio de instituições e empresas dos setores industrial, agrícola e de serviços, enviou carta nesta 4ª feira (12.ago.2020) ao Consórcio de Governadores da Amazônia Legal para afirmar o compromisso público com a agenda do desenvolvimento sustentável.

No documento (íntegra – 430KB), o setor diz que vem acompanhando com “maior atenção e preocupação” o impacto da percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia na economia.

“Essa percepção negativa tem 1 enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país”, diz na carta.

O setor afirma ainda que a crise global causada pela pandemia de covid-19 pode causar uma quebra do equilíbrio ecossistêmico com “consequências devastadoras quando negligenciados”. “Em nenhum momento da história o futuro da humanidade e do planeta dependeu tanto da nossa capacidade de entendimento de que vivemos em um único planeta e de que a nossa sobrevivência está diretamente ligada à preservação e valorização dos seus recursos naturais”, diz.

As instituições que representam o setor empresarial pediram atenção do Consórcio de Governadores da Amazônia sobre:

  • a avaliação e validação do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e acelerar o processo para a implementação do Código Florestal;
  • o poder (ação de polícia) no combate ao crime organizado ligado a grilagem e ao desmatamento ilegal, que prejudica os negócios legais da Amazônia;
  • a integração dos institutos de terras ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na criação de uma governança colaborativa que de agilidade aos processos de regularização fundiária;
  • a melhoria da infraestrutura e governança na análise e concessão de licenças ambientais.

Também afirmaram que já se colocaram à disposição do Conselho da Amazônia para contribuir com soluções que tenham foco nos seguintes eixos:

  •  combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal na Amazônia e demais biomas brasileiros;
  • inclusão social e econômica de comunidades locais para garantir a preservação das florestas;
  • minimização do impacto ambiental no uso dos recursos naturais, buscando eficiência e produtividade nas atividades econômicas daí derivadas;
  • valorização e preservação da biodiversidade como parte integral das estratégias empresariais;
  • adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono;
  • direcionamento de financiamentos e investimentos para uma economia circular e de baixo carbono;
  • pacotes de incentivos para a recuperação econômica dos efeitos da pandemia da COVID-19 condicionada a uma economia circular e de baixo carbono.

CONSÓRCIO DE GOVERNADORES DA AMAZÔNIA

O Consórcio de Governadores da Amazônia Legal foi criado em 2008 e realiza todos os anos 1 fórum com o objetivo é discutir propostas comuns de desenvolvimento sustentável, que possam ser implementadas pelos 9 Estados que compõem a região: Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.

Ao final de cada encontro, os governadores elaboram uma carta contendo as principais demandas comuns a todos os Estado que é levada à sociedade civil e aos Poderes constituídos. Fonte/Poder 360

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