A delegada titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Juliana Tuma, declarou na manhã desta segunda-feira, dia 25, às 9h30, no prédio da Delegacia Geral, que Clenildo Ferreira Mota, 31, conhecido como “Tei”, foi preso por estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição de vulnerável.
De acordo com a autoridade policial, a prisão do infrator foi efetuada pela equipe da Depca na manhã da última sexta-feira, dia 22, por volta das 10h30, na casa onde Clenildo morava, situada no bairro Zumbi dos Palmares, zona Leste da capital. Segundo Juliana Tuma, os policiais civis lotados na especializada deram início às investigações sobre o caso em julho deste ano, após o recebimento de denúncia anônima.
Na ocasião, o delator informou que o homem utilizava o dinheiro da aposentadoria da avó dele para comprar presentes para adolescentes e, com isso, convencia as vítimas a manterem relação sexual com ele. Em função disso, havia uma movimentação intensa no quarto do infrator, onde geralmente aconteciam os abusos sexuais.
“Ao longo das diligências constatamos que Clenildo vinha mantendo, há dois anos, relações sexuais com um adolescente de 13 anos, desde a época em que a vítima tinha 11 anos. Um exame de coito anal, realizado pela equipe do Instituto Médico Legal (IML), confirmou os estupros. Durante as investigações descobrimos mais três vítimas do infrator, adolescentes de 14, 15 e 16 anos. Todos do sexo masculino. Meninos que moravam naquela área. O infrator utilizava recursos financeiros para obter o que queria”, declarou Tuma.
Conforme a delegada, as quatro vítimas identificadas começaram a se relacionar com Clenildo quando elas eram consideradas vulneráveis, ou seja, tinham idade inferior a 14 anos. Presentes como aparelhos celulares e quantias em dinheiro eram dados pelo infrator às vítimas. Durante depoimento na especializada ele admitiu manter relações sexual com os adolescentes e relatou, ainda, que as vítimas o procuravam porque queriam manter relações sexuais com ele.
“Após a constatação dos crimes, houve a necessidade de representar à Justiça o pedido de prisão temporária em nome de Clenildo, para que nós pudéssemos encerrar a possibilidade de envolvimento dele com novas vítimas, em razão do infrator ter conhecido uma delas em um projeto social. Também vamos encerrar a dependência econômica que ele mantinha com as vítimas. O mandado de prisão temporária em nome de Clenildo foi expedido no último dia 21 de setembro, pela juíza Mirza Telma de Oliveira Cunha, no Plantão Criminal”, argumentou Juliana Tuma.
A titular da Depca ressaltou ao longo da coletiva que os familiares dos adolescentes não tinham conhecimento de que Clenildo levava as vítimas para lanchar e comprava aparelho celular para os meninos, além de oferecer outras vantagens econômicas para manter relações sexuais com os garotos. As vítimas foram encaminhadas para tratamento pós-trauma. Clenildo foi indiciado por estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição de vulnerável. Ao término dos procedimentos cabíveis, o infrator será levado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irá permanecer à disposição da Justiça.