Teori chamou de espetacularização a entrevista em que os procuradores denunciam Lula

03/03/2016 Crédito: Antonio Cruz/Agencia Brasil. Teori Zavascki, na sessão de julgamento sobre a aceitação da denúncia apresentada pela PGR contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha e a ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki criticou os procuradores da República no Paraná durante julgamento que negou pedido do ex-presidente Lula para que os inquéritos contra ele sejam transferidos do juiz Sérgio Moro para a corte.

Antes de votar contra o pedido do petista, posição seguida pelos demais integrantes da segunda turma do STF, Teori chamou de espetacularização a entrevista coletiva em que os procuradores da República apresentaram a denúncia contra Lula no Paraná.

Na ocasião, eles disseram que o ex-presidente era o comandante do esquema de corrupção da Petrobras.

Lula protestou contra a afirmação, sob argumento de que a investigação às suspeitas de organização criminosa está a cargo do Supremo, além de esse crime não constar na denúncia apresentada.

“[…] lá em Curitiba, se deu notícias sobre organização criminosa, colocando o presidente Lula como líder da organização criminosa, dando a impressão, sim, de que se estaria investigando essa organização criminosa, mas o objeto da denúncia não foi nada disso. Essa espetacularização do episódio não é compatível nem como objeto da denúncia nem com seriedade que se exige na operação desses fatos”, afirmou Teori.

Após as críticas, ele votou contra o pleito da defesa de Lula e foi acompanhado por todos os integrantes da segunda turma do Supremo, onde o recurso foi julgado.

Com isso, o colegiado decidiu que a primeira instância pode dar seguimento aos inquéritos que já abriu relacionados ao ex-presidente.

Os advogados argumentam que não cabe à 13ª Vara Federal em Curitiba, da qual Moro é o juiz titular, a tramitação dos procedimentos envolvendo Lula. Dizem que há investigações idênticas correndo no STF e, por isso, deveriam ficar a cargo, exclusivamente, da instância superior.

Um dos pontos da representação do ex-presidente cita a decisão em que Sergio Moro se refere a Lula como suspeito de ser “arquiteto do esquema criminoso que vitimou a Petrobras”. Para a defesa, a tese é exatamente a mesma daProcuradoria-Geral da República (PGR ), braço do Ministério Público Federal que atua no STF. Com informações da Folhapress.

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