O andamento do processo do publicitário Marcos Valério na Ação Penal 536, que ficou conhecida como mensalão mineiro, está suspenso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A juíza Melissa Pinheiro Giovanardi atendeu um pedido da defesa do réu. Os advogados de Marcos Valério fizeram a solicitação argumentando que é preciso aguardar resposta do Ministério Público sobre uma proposta de delação premiada. A decisão é do dia 1º de julho, mas só hoje (20) foi disponibilizada no site do TJMG.
O publicitário é acusado de envolvimento em esquema que beneficiou a campanha do então governador de Minas Gerais à reeleição em 1998. A proposta de delação premiada foi apresentada no dia 16 de junho ao Ministério Público de Minas Gerais. O órgão solicitou um posicionamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pois a delação envolveria agentes públicos com foro privilegiado.
Como contrapartida à delação premiada, o publicitário propõe redução da pena em processos que tramitam no TJMG e sua transferência para o presídio da Associação de Proteção aos Condenados (Apac), em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Desde 2013, Marcos Valério cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. Antes, ele ficou um período no Presídio da Papuda, no Distrito Federal.
Denúncias
O mensalão mineiro envolve denúncias de peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha de Azeredo em 1998. Um dos fundadores do PSDB e ex-presidente da legenda, Azeredo já foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Ele entrou com recurso no TJMG e aguarda o julgamento em liberdade.
Marcos Valério é apontado como operador desse esquema. O publicitário já está preso por ter sido condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, no qual foram condenados políticos do PT, PMDB, PP, PTB e do extinto PL. Valério cumpre pena de 37 anos pelos crimes de corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O publicitário também é réu em processo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Ele é acusado de lavagem de dinheiro.