“Jamais entraria para a política”, disse Sérgio Moro em entrevista de novembro de 2016 ao Estadão. “Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, havia afirmado há dois anos. Hoje, Moro aceitou o convite para atuar politicamente e ser ministro do presidente de extrema-direita eleito Jair Bolsonaro.
Naquele ano, Moro já acumulava prêmios de jornais, reconhecimentos, além de homenagens de parte da população, que o começou a tratar como “heroi”. Por isso, naquela ocasião, o repórter perguntou se o juiz de primeira instância teria intenções “político-partidárias” em um futuro: “Não existe jamais esse risco”, frisava.
“Sairia candidato a um cargo eletivo? Ou entraria para a política?”, foi a pergunta do Estadão. “Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política. Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco”, respondeu.
Naquela mesma entrevista [acesse aqui], Moro disse que achava “errado tentar medir a Justiça por essa régua ideológica”, quando foi questionado pelo entrevistador sobre as acusações de que atuava como algoz do PT. Também perguntado se alguma vez já votou em Lula, reafirmava a posição de “o mundo da Justiça e o mundo da política não devem se misturar”.
Jornal GGN –