O Vaticano alterou nesta segunda-feira (27) a declaração do papa Francisco na qual ele defendia o uso de psiquiatria em crianças com “inquietudes” homossexuais.
Francisco foi perguntado pelo jornalista Javier Romero sobre o que diria a um pai cujo filho revela sua homossexualidade. Na resposta, o Papa disse que os genitores devem “dialogar” com os filhos, ao invés de “condenar”.
No entanto, fez uma ressalva: “Em qual idade se manifesta essa inquietude do filho? É importante. Uma coisa é quando se manifesta na infância, quando há muitas coisas que se pode fazer, pela psiquiatria, para ver como são as coisas. Outra coisa é quando se manifesta após os 20 anos ou algo do tipo”.
Na transcrição da entrevista, divulgada nesta segunda-feira, o Vaticano removeu a palavra “psiquiatria” – de acordo com um porta-voz citado pela “AFP”, para “não alterar o pensamento do Papa”. “Com essa palavra, ele não tinha a intenção de dizer que se tratava de uma doença psiquiátrica, mas que talvez fosse necessário ver como são as coisas em nível psicológico”, acrescentou a fonte.
Apesar da polêmica, Francisco vem adotando uma postura mais progressista com homossexuais em relação a seus antecessores. Em maio passado, disse a frase “Deus te ama assim” a um gay vítima de pedofilia no Chile. Em outra ocasião, logo no início de seu Pontificado, surpreendeu o mundo ao afirmar “quem sou eu para julgar?” ao falar sobre homossexuais.
Recentemente, o Vaticano também usou pela primeira vez o termo “LGBT” em um documento oficial. A postura mais aberta em relação ao homossexuais rendeu a Jorge Bergoglio uma crescente oposição nas alas mais conservadoras da Igreja e até acusações de “heresia”. (ANSA) Notícia ao Minuto