Venezuela determina que encarregado de negócios nos EUA regresse a Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou o regresso do encarregado de negócios do país nos Estados Unidos, em resposta à prorrogação do decreto norte-americano que considera a situação venezuelana um “extraordinário risco” para a segurança nacional.

“Eu tomei a decisão, depois de 18 meses [de tentativa de diálogo], de retirar o nosso embaixador, que tem exercido o papel de encarregado de negócios em Washington, Maximilien Arveláiz, e fazê-lo regressar a Caracas”, disse Maduro, nessa quarta-feira à noite (9), durante um ato público “anti-imperialista” e contra o decreto assinado pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

“Se não querem nada conosco, a embaixada bolivariana retira o seu embaixador de Washington”, disse Nicolás Maduro, garantindo que houve tentativas de diálogo com os Estados Unidos, mas que o governo norte-americano não deu sinais de “correção”.

Segundo Maduro, Obama teve várias oportunidades” para “retificar” a sua posição e uma prova teria sido aceitar que o encarregado de negócios da Venezuela em Washington fosse embaixador.

O presidente da Venezuela afirmou que o decreto assinado por Barack Obama foi “solicitado pela direita oligárquica”, que “não dá um passo sem consultar o governo dos Estados Unidos”.

Na última sexta-feira (4), Obama prorrogou por mais um ano a vigência do decreto que declara “emergência nacional” devido ao “extraordinário risco” que representa a situação na Venezuela para a segurança norte-americana.

Ele justificou a medida em carta enviada aos líderes da Câmara de Representantes e do Senado, na qual argumenta que a situação venezuelana “não melhorou”, sendo portanto necessário “continuar a emergência nacional, declarada na Ordem Executiva 13.692”.

Segundo os Estados Unidos, continuam a ser registradas situações de “perseguição de opositores políticos, limitações à liberdade de imprensa, uso de violência e violações dos direitos humanos em resposta a protestos antigovernamentais”.

A Venezuela condenou a decisão do presidente norte-americano e anunciou uma “revisão integral” das relações com os Estados Unidos.

No dia 8 de março de 2015, Obama determinou a aplicação de sanções a sete altos representantes venezuelanos, atuais e antigos, acusados de violação dos direitos humanos. Entre eles está o diretor-geral dos Serviços Secretos e o diretor da Polícia Nacional.

As sanções incluem a proibição de entrada nos Estados Unidos e o congelamento de bens.

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