Vereador de Manacapuru visita desabrigados e desabafa: “governador cumpra o que prometeu aos moradores da estrada de Novo Airão

O presidente da Câmara Municipal de Manacapuru (AM), Francisco Coelho, em vídeo gravado neste sábado, 24, em um acampamento, próximo ao bairro do Miriti, não foi nada simpático com os seus aliados ou ex-aliados políticos, digamos assim, governador Amazonino Mendes e Beto Dângelo, prefeito do município.

Sobre o prefeito Beto Dângelo, o presidente daquele poder legislativo foi sutil, maroto, e destacou a inércia de um dos poderes políticos de Manacapuru ao se referir da situação de dezenas de famílias despejadas de suas terras, na estrada de Novo Airão, por decisão judicial assinada pelo desembargador Ari Moutinho.

Já com Amazonino Mendes a coisa foi bem diferente. Apesar o tom pra lá de formal – vossa excelência aqui, vossa excelência acolá -, Francisco Coelho dispensou os subterfúgios e disparou sem pena e sem dó: “Nós que estivemos lá com o governador com todos os vereadores(…) Vossa excelência cumpra com o que vossa excelência prometeu aos moradores da estrada de Novo Airão que tiveram os seus lares demolidos através de uma ação judicial” (ver vídeo).

É claro que Francisco Coelho não chamou com todas as letras Amazonino Mendes de mentiroso. Agora, convenhamos, foi o mesmo que chamar, não é mesmo? Afinal, se o governador não cumpriu com a palavra empenhada os moradores de Manadapuru expulsos de suas terras qual o raciocínio mais lógico às palavras no nobre edil?

Entenda o caso

Na manhã do dia 19 de fevereiro, dezenas de trabalhadores rurais despejados de suas terras nas proximidades do quilômetro 70 da Estrada Manoel Urbano (AM-070) fecharam a Avenida Pedro Rates, em Manacapuru (AM), em protesto a falta de transporte que os conduzissem ao Plenário Ruy Araújo da Assembleia Legislativa do Amazonas, em Manaus, onde seria realizada da Audiência Pública para discutir os conflitos agrários na região.
Com palavras de ordem, os trabalhadores perguntavam pelo prefeito e pelos vereadores e pediam justiça com o retorno a suas terras em ramais da na AM-352 das quais foram despejados por força de liminar assinada pelo desembargador Ari Moutinho que autoriza  a reintegração de posse das terras em favor da Fazenda Exata.    “Cadê o prefeito”, “cadê os vereadores”; de “queremos justiça”, diziam.
Nesta terça-feira, conforme havia prometido o prefeito do município, Beto D’Ângelo, os trabalhadores rurais seriam transportados para Manaus a fim de que  participassem da audiência pública, convocada pela  Comissão Pastoral da Terra (CPT) com o apoio do deputado José Ricardo (PT) e a Defensoria Pública do Estado (DPE).
De acordo com a CPT, mais de 1.500 pessoas foram expulsas de suas casas sob a alegação de que o terreno que ocupavam pertence à empresa agropecuária “Fazenda Exata Ltda”.
Essas pessoas são produtores rurais que viviam há anos nessas terras que estão localizadas nas proximidades do quilômetro 70 da Estrada Manoel Urbano (AM-070).
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