Vila Isabel homenageia cidade imperial de Petrópolis com muito luxo

EXTRA – Vila Isabel levou muito luxo para a Avenida. Logo no abre-alas, gigantesco, com 65 metros de comprimento, a escola mostrou a que veio. No enredo sobre Petrópolis, uma carruagem puxada por cavalos de 8 metros de altura, além de símbolos religiosos da Cidade de Pedro.

Já na segunda alegoria, sobre os índios coroados, foram usados 15 mil litros de água e 3 mil garrafas PET recolhidas no Morro dos Macacos. A alegoria é tão perfeita que parece ser feita de pedra de verdade. A nota ruim ficou por conta do estouro de um minuto no tempo, já que a passagem pela Sapucaí durou uma hora e 16 minutos, o que acarreta na perda de um décimo na pontuação.

— Trabalhamos com muita antecedência e conseguimos nos dedicar muito aos acabamentos. Eu queria respeitar os componentes da Vila e não repetir os erros dos últimos anos. Por isso, nossas fantasias já estavam prontas em setembro, e os carros também estavam adiantados – contou o carnavalesco Edson Pereira.

Nas fantasias, repetem-se o mesmo padrão. As baianas, por exemplo, trazem na saia a coroa, símbolo da escola e da realeza. Já na comissão de frente, o coreógrafo era Patrick Carvalho, campeão do Estandarte de Ouro do ano passado na Paraíso do Tuiuti. Se ano passado ele tinha levado os escravos para a Avenida, desta vez aposta na história de imperadores e princesas do Brasil.

No final, o momento de emoção do desfile. O carro que exaltará a libertação dos escravos trará a família da ex-vereadora Marielle Franco.

O carnavalesco Edson Pereira contou que a ideia é mostrar o empoderamento da mulher negra. O carro reproduzirá o baile que aconteceu em Petrópolis para comemorar o fim da escravidão. Em vez dos nobres, como ocorreu na época, a festa na Vila trará os negros, libertos naquela ocasião.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Denadir Garcia, desfilam cercados por 16 guardiões. Durante o desfile, eles têm a função de proteger o casal para que os dois possam desenvolver a coreografia sem que ninguém importune.

Formado por atores, bailarinos e artistas circenses, o grupo ensaiou durante três meses. A coreografia deles “conversa” com a do casal, uma espécie de complemento o bailado de Raphael e Denadir.

O volume não é característica apenas das baianas na Vila Isabel. Os passistas, trajados de Reis e rainhas, também vão cruzar a avenida com uma roupa mais pesada que o normal.

— De todas as fantasias que eu já usei, essa é a mais volumosa — garantiu Nina Passos, de 43 anos, há 18 anos na ala das passistas.

Maurício Absoluto, de 33 anos, não discorda. A fantasias dos sambistas masculinos vem com muito luxo e muito roupa.

— É uma fantasia mais fechada, realmente. Mas a ala tem tudo para ser premiada pelo luxo. Tá um pouco pesada também. Nós não chegamos a ensaiar com ela, mas estamos prontos para aguentar. é tudo pela Vila.

Artigo anteriorSobe para 23 o número de mortos em decorrência do tornado nos EUA
Próximo artigoPortela homenageia à Clara Nunes com muito axé na Sapucaí