O ex-governador do Amazonas, senador Eduardo Braga (PMDB), que ao longo de seus dois governos surfou sobre emaranhado cipoal de escândalos, impróprios à decência e a moralidade pública, é, sem a menor sombra de dúvida, o maior articulador e executor do mais bem sucedido projeto de alcance social que o Amazonas já conheceu até os dias de hoje.
Prosamim é o nome dele.
O Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus, que deu origem aos Parques Residenciais da Cachoeirinha, Mestre Chico, Manaus e Senador Jefferson Peres, tirou da lama milhares de famílias que se amontoavam em habitações macabras e deprimentes às margens dos igarapés que cortam a cidade.
O projeto é caro, beira a casa de R$ 1 bilhão, mas se justifica por ter abrigado quase 100 mil pessoas em mais de 2 mil apartamentos; por ter restaurado a centenária Ponte Benjamim Constant, e viabilizado sete parques com áreas verdes e para o lazer, que somam 218.802 m2, a seus habitantes.
Tudo foi muito bem cuidado por Eduardo Braga, à exceção da preservação dos igarapés, hoje, totalmente poluídos.
Todos estão podres e mortos, como os igarapés do Tarumã e da Ponte da Bolívia, que nenhum prefeito se preocupou em salvá-los.
Em torno das áreas ocupadas pelos complexos residenciais e seus respectivos parques, a podridão causada pelo lixo e águas servidas despejados em seus leitos, é insuportável.
Livres estão os moradores das palafitas, da leptospirose, da hepatite e, sobretudo, da humilhação e da vida indigna que durante décadas foram submetidas.
Os igarapés, infelizmente, de onde essas mesmas famílias tiravam peixe com fartura para o sustento de seus filhos, estão tomados pelo lixo e por toneladas incalculáveis de escremento humano que lá são despejadas.
Nenhuma estação de tratamento foi construída para amenizar a barra de 148 igarpés que cortam a cidade. E olha que Eduardo Braga é amigo de Al Gore e Arnold Shuazeneger – ambos comprometidos com o meio ambiente.