O Brasil é o primeiro país dos 12 países prioritários da América Latina com maior número de casos de leishmaniose tegumentar se destacando, principalmente, na forma cutânea com cerca de 20% evoluindo na forma mucosa. No Amazonas foram registrados mais de 9 mil casos no últimos cinco anos.
Os dados foram apresentados, na manhã desta terça-feira (11), pela diretora técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), a epidemiologista Rosemary Costa Pinto, durante a 1ª Conferência Internacional em Leishmaniose Cutânea na região amazônica.
Até a próxima quinta-feira (13), especialistas do várias partes do mundo estarão reunidos no Auditório do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) para discutir diretrizes e novas perspectivas de pesquisas na área de inovação e tecnologia desta doença.
Sobre o tratamento da leishmaniose, a epidemiologista explica que vários estudos estão sendo feitos, principalmente, o de custo-efetividade, uma vez que o uso dos antimoniais tem um custo menor do que as opções que são oferecidas. “Por outro lado, a alternativa de tratamento é mais difícil, porque exige uma aplicação de nível ambulatorial ou hospitalar em função de contraindicações de medicamentos”, diz.
Na opinião da epidemiologista, o avanço nessa área, ao longo dos últimos 30 anos, é muito devagar. “Levando-se em conta que a leishmaniose é uma doença negligenciada e os grandes laboratórios não têm interesse em desenvolver pesquisas”, ressalta.
A pesquisadora Antonia Franco também participou da primeira sessão de palestras da Conferência com o tema “Leishmaniose cutânea no Estado do Amazonas”, logo a seguir o pesquisador da Fiocruz Rio de Janeiro, Mauro Marzochi, falou sobre os “Aspectos históricos e epidemiológicos da leishmaniose cutãmeo-mucosa pela leishmania (Viannia) braziliensis”.