“O que incomoda muito e envergonha os militares patriotas, o corpo diplomático e o povo brasileiro é um presidente que além de defender a tortura e os grupos de extermínio, bate continência para a bandeira americana, entrega a Embraer e o pré-sal, acaba com o programa espacial e negocia uma base militar americana no Nordeste brasileiro”, avalia o ex-ministro Aloizio Mercadante, em resposta à crítica do general Augusto Heleno ao ex-chanceler Celso Amorim. “O ministro Celso Amorim defendeu a democracia, a Justiça para Lula, construiu uma política externa de inserção soberana do país, foi intransigente na defesa dos interesses nacionais estratégicos e deu uma imensa projeção e respeito internacional ao Brasil”, afirmou ainda.
Escolhido como ministro da Defesa do presidente eleito Jair Bolsonaro, o general Heleno atacou duramente Amorim. “É o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”, disse ele ao site O Antagonista.
A tese de que Lula é um preso político conta com o apoio de juristas do Brasil e do mundo, de ex-prêmios Nobel da Paz e de vários ex-chefes de estado, como François Hollande, Jose Luiz Zapatero, Massimo d’Alema, e também de lideranças como o senador Bernie Sanders, hoje o mais popular político dos Estados Unidos.
Amorim já foi apontado como o melhor chanceler do mundo pela revista Foreign Policy e foi responsável pelo manifesto “Eleição sem Lula é fraude”, que teve o apoio dos prêmios Nobel Adolfo Perez Esquivel e Mohamed el Erian. Lula liderava todas as pesquisas presidenciais quando foi impedido de participar das eleições de 2018, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Antes disso, o Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou que o Brasil garantisse os direitos políticos de Lula, mas a decisão foi desrespeitada pela administração de Michel Temer.