CARTA CAPITAL – O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto no domingo 24 proibindo a entrada de pessoas vindas do Brasil, que estiveram no país nos últimos 14 dias. A medida passa a valer a partir do dia 29 de maio.
De acordo com comunicado divulgado pela Casa Branca, a restrição é necessária para “proteger o país” da contaminação pelo novo coronavírus e não será aplicada aos cidadãos norte-americanos, residentes e filhos de residentes menores de 21 anos. “A ação de hoje irá garantir que estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infecções em nosso país. Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil”, acrescenta a nota. Também estão isentos da proibição membros de tripulações de companhias aéreas ou pessoas que ingressem no país a convite do governo dos EUA.
Ainda de acordo com a nota, as restrições de viagem “não refletem de forma alguma uma redução no forte relacionamento bilateral entre nossos dois países.
O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com mais pessoas contaminadas, atrás justamente dos EUA. No domingo 24, porém, o Brasil reportou 653 mortes por coronavírus em 24 horas, número maior do que o registrado pelos EUA, 638, segundo a universidade Johns Hopkins.
Trump falou sobre a possibilidade de restringir a entrada de viajantes do Brasil no país pela primeira vez no dia 28 de abril, quando disse que o país tinha praticamente um surto da doença. Na data, o Brasil tinha 71.886 casos confirmados e superava a China em número de mortos.
Em suas redes sociais, o assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, Filipe Martins, disse que a medida não era discriminatória contra o Brasil e que era análoga, inclusive, a medidas adotadas anteriormente pelo próprio país “em relação a cidadãos de todas as origens, inclusive norte-americanos, e de medidas semelhantes tomadas por ampla gama de países no mundo todo”, escreveu. Nas publicações, Martins ainda disse que a mídia brasileira é que tenta inventar problemas entre as duas nações e também aproveitou para criticar governadores brasileiros.