O empresário Murad Aziz, irmão do senador Omar Aziz, suspeito de fazer parte de uma quadrilha que desviou pelo menos R$ 500 milhões da Saúde do Amazonas, se entregou no início da tarde desta quinta-feira, 11, à Polícia Federal. Murad era um dos alvos da Operação Cashback deflagrada na manhã de hoje pela Polícia Federal. O empresário tinha mandado de prisão temporária decretado pela 4ª Vara de Justiça Federal.
Acompanhado de um advogado, Murad chegou a Superintendência da Polícia Federal, no Dom Pedro, por volta das 14h.
Com a prisão de Murad, a Polícia Federal chega a 11 mandados cumpridos de um total de 16 expedido pela Justiça. Cinco ainda ainda não foram encontrados.
De acordo com o delegado federal, Alexandre Teixeira, as ações da organização criminosa contavam com a contribuição e a articulação do poder político de figurões do estado.
“Alguns dos investigados vendiam influência e auferiam lucro que era retirado dessa atividade ilícita”, explica o delegado. “Mudad exercia papel fundamental na articulação do pagamento de propina, superfaturamento e liberação de recursos junto ao Governo do Estado, completa.
Nas investigações, a PF identificou conversas de Mudad e o suplente de vereador, Jader Helker Pinto (PV), cobrando valores de uma empresária de nome não revelado que prestava serviços ao Governo do Estado. Por negar-se a continuar a pagar a propina ela teve seu contrato rompido.
Murad Aziz, empresário e irmão do senador Omar Aziz, usava de influência para auxiliar os integrantes do esquema fraudulento, segundo a Polícia Federal.
O advogado Lino Chíxaro, ex-diretor-presidente da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), foi preso nesta manhã em um condomínio de luxo na capital.
O deputado federal Sabino Castelo Branco, do PTB, também aparece entre os citados. No entanto, não será preso porque está internado para tratamento em São Paulo.
O empresário Sérgio Bringel, que tem uma empresa que presta serviços hospitalares para o estado, também é um dos alvos e foi preso pela PF. De acordo com a Polícia Federal, somente um dos contratos da empresa de Bringel com estado é no valor de R$ 550 milhões pelo período de 12 anos, para prestação serviços de esterilização. A CGU identificou indícios de irregularidades e a prática reiterada.