Amazonense que planeja atentado nas Olimpíadas trabalhava no Ciops

O técnico em informática Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, 27 anos, preso em Manaus nesta quinta-feira na Operação Hashtag, da Polícia Federal, como suspeito de planejar atentados terroristas do Estado Islâmico durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016, trabalhava no setor de suporte técnico do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), da Secretaria de Segurança Pública, mas teria pedido demissão há três meses.

De acordo com informações de servidores do Ciops, Ali Oziris fazia rituais muçulmanos dentro do Centro Integrado de Operações. Ele teria se convertido ao islamismo através do Facebook e teria jurado fidelidade ao Estado Islâmico.

Amadores

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse hoje (21) que parte dos dez brasileiros presos nesta quinta-feira, após trocar mensagens preparatórias sobre a realização de atentado terrorista no Brasil, fez, via internet, um juramento de lealdade ao Estado Islâmico (EI).

Conforme o ministro, trata-se de um grupo amador que, no entanto, não pode ser ignorado pelas forças de segurança pública. “Era uma célula amadora, sem nenhum preparo planejado. Uma célula organizada não tentaria comprar uma arma pela internet. É uma célula desorganizada”, acrescentou.

Moraes informou que, além do juramento pela internet, conhecido como “batismo”, não houve contato direto dos brasileiros com o Estado Islâmico por e-mail ou pessoalmente. Também não há indícios de que eles recebiam financiamento do Estado Islâmico. Os homens foram presos em dez diferentes estados, durante a Operação Hashtag, da Polícia Federal (PF).

O ministro explicou que o grupo de brasileiros considerava inicialmente que o Brasil seria um espaço neutro em relação a rota de ataques do Estado Islâmico, mas passou a entender que, com a proximidade dos Jogos Olímpicos, entraria na rota de atuação do grupo, já que vai receber grande quantidade de turistas e atletas estrangeiros.

“Houve contato com o Estado Islâmico via internet, além de atos preparatórios. Esse grupo deixou de entender que o Brasil seria um estado neutro e, com as Olimpíadas, poderia se tornar um alvo”, esclareceu o ministro da Justiça.

A Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em aplicativos para celular como Telegram e WhatsApp e descobriu ações preparatórias como planejamento para início de treinamento de artes marciais e o contato feito com um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um fuzil.

De acordo com Alexandre de Moraes, não há confirmação de que a compra tenha sido concretizada. As mensagens foram monitoradas com autorização judicial pela Divisão Antiterrorismo da PF. Moraes destacou que essa é a primeira prisão com base na lei antiterrorismo.

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