Amazonino Mendes dá o braço a torcer e cede às reivindicações dos policiais militas; a greve foi suspensa

“Operação Defesa” que ameaçou esvaziar os quartéis por tempo indeterminado em defesa das promoções, da data-base e da lei de promoção dos praças da Polícia Militar do Amazonas foi desmontada na tarde desta quinta-feira, 15, após tensa rodada de negociação com o governador Amazonino Mendes.

Dois dias depois dar um passo atrás e promover 2.096 policiais militares, Amazonino Mendes, mesmo com o orgulho ferido, aceitou pagar 8% da data-bata devida aos policiais militares e parcelar os 22% restantes.

Para fechar as negociações, Amazonino se comprometeu rever, também, as promoções e respeitar a lei 4.404, rasgada e pisada por ele, pelo Comandante da Polícia Militar e pela Procuradoria Geral do Estado.

Historicamente, ceder favoravelmente a todas às reivindicações da categoria policial militar pelo fim de uma greve que mal iniciara pode ser considerado o primeiro recuo de Amazonino aos interesses do trabalhador.

À titulo de exemplo, nem mesmo a greve de fome iniciada pelo médico Rogélio Casado, em pela melhoria das condições de atenção aos doentes do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, incomodou Amazonino Mendes. Ao contrário disso, Rogélio, falecido no dia 14 de maio do anos passado, era tratado pelo governador como uma espécie de “desocupado”.

Hoje, mesmo a contragosto, Amazonino recuou e perdeu feio, mas as negociações realizadas com os praças na sede da Associação de Cabos e Soldados, localizada na Avenida Torquato Tapajós, foi uma grande jogada política e está umbilicalmente ligada às eleições que se avizinham e ao medo de não ver decolar o seu projeto de reeleição.

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