Amazonino usa “Giuliani Security & Safety” como marketing político e consultoria nega existência de contrato, diz Serafim

“Na cama que farás, nela te deitarás”. O velho e sábio ditado popular, bem à propósito da terceira lei de Newton, que ensina o princípio da ação e da reação, deixa claro que qualquer ação tem consequência.

Dito e certo.

Infelizmente, próximo de completar 80 anos de idade, no “ocaso da vida”, o governador Amazonino Armando Mendes (PDT), de tanto arrostar grandeza, de desdenhar os seus adversários com autoritarismo e excesso de desprezo, e menosprezar com demagogia de quinta categoria a inteligência do povo, é a mais na mais nova chacota do amazonense.

Amazonenses, paraenses, japoneses, coreanos, sírios, libaneses, venezuelanos, cearense – todos, enfim, que vivem em Manaus e no Amazonas – se esbaldam de rir das ruidosas fanfarronices de Amazonino Mendes interpretadas após viagem, sem o consentimento da Assembleia Legislativa, aos Estados Unidos: “O Amazonas é o primeiro no Brasil a ter consultoria de Rudolph Giuliani, que reduziu em mais da metade crimes em Nova Yorque”.

A cantilena não deu certo e em menos de uma seman o próprio Rudolph Giuliani se encarregou de desmentir o governador.

Em resposta ao pedido de informação do deputado Serafim Correa sobre o suposto serviço de consultoria contratado com o governo do Amazonas por US$ 1,5 milhão, equivalente a R$ 5 milhões, o escritório “Giuliani Security & Safety” declarou que houve apenas um termo de intenção para que eles (“Giuliani Security & Safety”) tomassem as primeiras medidas e se concordassem em fazer o serviço e entendessem que o Governo do Amazonas fosse transparente o suficiente, assinariam o contrato.

É possível que, empolgado com a possibilidade de trazer para o Amazonas a melhor solução para amenizar a escalada da violência no estado, Amazonino tenha se antecipado a fazer declarações no momento errado.

“O Brasil inteiro está comentando a ousadia nossa de irmos aos Estados Unidos, a Nova York, e contratar o maior expert do mundo. E a experiência dele não é só Nova York. Eles fizeram experiências na Colômbia, em Honduras, Canadá, Rússia. É uma equipe chamada no mundo inteiro”, completou o governador, ao ressaltar a posição estratégica do Amazonas na rota do tráfico de drogas na América do Sul.

Na declaração Amazonino fala em contrato, algo que não aconteceu, segundo “Giuliani Security & Safety”.

É claro que todo amazonense deseja que o termo assinado com a “Giuliani Security & Safety” em Nova Iorque evolua, saia do plano das intenções e se torne realidade.

Apesar de ter procurado a “Giuliani Security & Safety” em ano eleitoral é inegável a intenção de Amazonino Mendes em trazer para o Amazonas o que de melhor existe em consultoria em segurança pública.

Resta, agora, esperar para saber se tudo não passou de mais uma fantasia como a do “Terceiro Ciclo”, a fantasia da “revolução” da troca do machado pela motosserra e o remo pelo motor de popa.

Não basta ter boa vontade e boa intenção, principalmente, em ano eleitoral. Intenção e boa vontade não enche barriga de ninguém.

Em julho de 1989, Amazonino prometia com toda sonoridade e força de sua voz rouca, como promete, hoje, transformar a Superintendência Geral da Polícia Judiciária na melhor polícia da América Latina.

A promessa, segundo ele, seria resultado dos contatos com a polícia norte-americana naquele ano. Aliás, em 1989 Amazonino acaba com a Secretaria de Segurança Pública e cria a Superintendência Geral da Polícia Judiciária.

Não vingou.

O então governador Vivaldo Frota do alto de sua sobeja sensatez se encarregou de desfazer a mudança.

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