Atividade financeira de traficantes comandada por “Nariz” é desarticulada em Manaus

A Polícia Civil do Amazonas deflagrou na manhã desta segunda-feira (19), por volta das 6h, a operação “Constantinópolis”, que teve por objetivo desarticular a atividade financeira de uma organização criminosa que atua no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. Durante a ação foram presos em cumprimento a mandados de prisão preventiva Diego Bruno de Souza Moldes, 30, conhecido como “Nariz”; a namorada dele, Deborah Moraes de Carvalho, 30; Douglas Campos de Almeida, 23, o “Pateta”, e Ediomar Pimentel da Silva, 20, chamado de “Eddy”, envolvidas com o tráfico.

O irmão de “Nariz”, Diogo Bruno Moldes Barbosa, 23, o “Neco”, acompanhado de advogado, compareceu espontaneamente na base do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) às 11h de hoje, onde teve o mandado de prisão cumprido.

Os mandados de prisão preventiva em nome de Diego e Douglas foram cumpridos no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), onde ambos cumprem pena por tráfico de drogas. Deborah foi presa na casa dela, situada na rua São Pedro, bairro Colônia Oliveira Machado. Ediomar foi preso na casa onde morava, localizada na rua Pastor Júlio Dantas, antiga rua 11, bairro Nova Cidade, zona norte.

As ordens judiciais em nome dos infratores foram expedidas no dia 19 de dezembro de 2017, pelo juiz Julião Lemos Sobral Júnior, da 3ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute). Ao longo da operação os policiais apreenderam com Deborah R$ 10 mil em espécie, além do computador dela.

O delegado Antonio Chicre Neto explicou a denominação da operação e o intuito dos trabalhos realizados.

“Essa operação foi denominada Constantinópolis em homenagem ao primeiro nome do bairro Educandos, pois o principal alvo da nossa operação, “Nariz”, que está cumprindo pena no Ipat, é o líder de organização criminosa que atua naquele bairro. Essa operação teve o objetivo desarticular esse grupo, que comandava o tráfico de drogas no Educandos. Iremos continuar com esse trabalho até esgotarmos todos os pontos de comercialização de drogas na capital”, declarou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil no Amazonas.

Investigações – De acordo com Guilherme Torres, as investigações em torno do caso iniciaram em 2017, em razão dos conflitos que estavam ocorrendo na zona sul, relacionados ao tráfico de drogas. Segundo o diretor do DRCO, “Nariz” é o líder da organização criminosa e comandava o tráfico de drogas na zona sul da cidade, de dentro do presídio. O delegado explicou que quando Diego foi preso, o irmão dele assumiu a comercialização de entorpecentes no Educandos, com a ajuda de Deborah, apontada como responsável pela movimentação financeira da organização criminosa.

“A partir dos cumprimentos de mandados em nome de Deborah e Diogo, estamos garantindo que eles fiquem um tempo na cadeia, o que caba abalando a estrutura dessa organização criminosa. Porque mesmo com Diego preso, ele comandava o tráfico de drogas de dentro do presídio, uma vez que a namorada dele e o irmão executavam as ordens aqui fora. Deborah foi presa com R$ 10 mil. Também apreendemos o computador dela, onde estamos analisando todos os dados. Deborah não tem renda fixa, por isso não tem como comprovar a origem desse dinheiro”, esclareceu Torres.

O secretário da Seaop, major Klinger Paiva, participou da coletiva e esclareceu como foi cumprindo o mandado de prisão de Diego e de Douglas, no Ipat. “Conseguimos cumprir o mandado em nome de ‘Nariz’, que é o chefe do bando, e de um dos comparsas dele, dentro do presídio, onde estão cumprindo pena por tráfico de drogas. A partir disso, acreditamos que, em razão dessas informações que conseguimos colher, iremos ter desdobramentos dessa operação”, afirmou.

Conforme o diretor do DRCO, 12 pessoas fazem parte dessa organização criminosa e já foram identificadas pela polícia. “Nesse momento não podemos revelar a identidade dessas pessoas para não atrapalhar os trabalhos em torno do caso. Iremos deflagrar a segunda fase da operação “Constantinópolis”. Foi uma operação iniciada pelo DRCO, mas que contou com o apoio da Seaop, representada pelo titular da pasta, que tem um vasto conhecimento do sistema prisional, e isso ajudou muito. Também contamos com o apoio do Denarc, DPM, DPI e DEHS”, ressaltou Guilherme Torres.

Indiciamento – Diego, Diogo, Douglas, Deborah e Ediomar foram indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Ao término das oitivas na base do DRCO, Diego e Douglas serão reconduzidos ao Ipat. Já Diogo e Ediomar irão ser levados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM). Deborah será encaminhada ao Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF).

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