Bia Haddad comemora vaga na semi em Roland Garros: “Sempre fui lutadora”

A vitória de Bia Haddad nesta quarta-feira foi certamente o jogo mais importante na carreira da paulista e um marco na história do tênis do Brasil. Depois de 55 anos uma brasileira alcançou um lugar entre as quatro melhores em um Grand Slam, depois de Maria Esther Bueno. Ela avançou para a semifinal em Roland Garros depois de vencer a número 7 do mundo, Ons Jabeur, por dois sets a um, com as parciais 3/6, 7/6(5) e 6/1, e se aproxima do top 10 no ranking mundial. Ela vai pegar a número 1 do mundo, Swiatek, na próxima fase do Aberto da França.

Partida da brasileira nesta quinta-feira contra a número 1 do mundo, Swiatek, vai ter transmissão ao vivo no sportv3. Horário da semifinal ainda não foi definido, mas deve ser por volta das 10 horas da manhã (de Brasília).

– Tenho consciência da história que faço para o tênis feminino brasileiro. Eu estava séria no final do jogo porque foi um jogo duro e eu nunca tinha ganho dela. Estou muito feliz com a vitória de hoje, mas seguirei com os pés no chão. Eu sempre fui lutadora. Há infinitas razões para pensar nas coisas difíceis, na minha vida foi assim tb. Eu sempre que enfrentei um momento difícil, pensei, estou passando por isso por algum motivo. É racional para mim.baixar a cabeça nunca é uma opção. E por sermos sul-americanos é bem mais difícil – disse Bia Haddad na coletiva de imprensa depois da partida.

O pronome “nós” ficou bem presente nas palavras da brasileira após conseguir uma vaga para a semifinal em Roland Garros nesta quarta-feira. Bia Haddad quis mostrar ao mundo que ela não conquistou esse caminho sozinha. Tem uma grande equipe por trás de uma grande jogadora.

– Eu tenho um time incrível junto comigo. Nós conseguimos trabalhar bem forte no físico, e o meu técnico no mental. Eu acho que isso é tênis. Nós trabalhamos durante um ano inteiro por esse momentos. No meio do segundo set, meu técnico me mostrou a hora. Olhei, estava dando uma hora e pouca de partida. Eu tive que ser paciente, tive que continuar acertando as batidas. Ela (Jabeur) é uma ótima jogadora, umas das melhores do mundo. Eu estou muito orgulhosa de mim e do meu time – comemorou Bia Haddad.

A brasileira ainda contou na coletiva de imprensa sobre a dificuldade de sofrer lesões ao longo do caminho. Ressaltou que a vontade de vencer e o trabalho duro compensam.

– Tive momentos difíceis na minha carreira (4 cirurgias) já tive que parar algumas vezes pra cuidar do meu corpo. É super difícil voltar e o nível pra jogar nesses torneios é difícil. Eu lutei muito mentalmente pra poder chegar onde estou hoje. Meu time trabalhou muito pra isso – ressaltou Bia Haddad.

Beatriz Haddad fez questão de também ressaltar a importância que a adversária tem para o mundo do tênis feminino. A atual número 7 do mundo já foi a segunda melhor jogadora do ranking do WTA, onde se tornou a atleta árabe com a melhor classificação na história do esporte.

– Como eu disse ontem, ela é ótima pessoa e isso significa muito para nós tenistas mulheres. Ela nos representa não somente dentro de quadra, mas fora também. Eu conheço ele desde a época dos campeonatos na categoria juvenil. Não é fácil manter o ritmo das batidas depois de quase três horas de partida, então eu sempre acredito no meu corpo. Essa foi a chave, jogar o meu jogo. E funcionou – completou Bia Haddad.

Bia se torna a primeira brasileira em uma semifinal em Grand Slam depois de 55 anos. A última que chegou foi Maria Esther Bueno em 1968, quando ficou entre as quatro melhores no US Open.

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