Bob Wolfenson relembra ensaio nu de Maitê Proença na Itália

Celebrando 50 anos de carreira, Bob Wolfenson já registrou as principais celebridades do país. E desde que o seu estúdio de fotos foi inundado em fevereiro de 2020, o fotógrafo passou a revisitar o próprio acervo. As experiências vão virar um livro em breve. O foco são os gêneros da fotografia pelos quais ele passou, mas olhar os trabalhos não deixa de trazer outras reflexões mais filosóficas, como a discussão sobre padrões de beleza.

“Estou totalmente aderido a esses debates, porque os considero pertinentes. Não sou do tipo revoltado que reclama e diz que agora não se pode falar mais nada. Pelo contrário, acho que é importante fazer uma revisão. No entanto, não concordo em olhar trabalhos do passado pela lente dessas novas ideias, julgando-os uma aberração. Mas eu sei que hoje seria impossível ter uma revista como a ‘Playboy’. Ela objetificava a mulher absolutamente”, disse Bob à revista “Veja SP”.

E o fotógrafo fala da revista que publicava ensaios de nudez com propriedade. Afinal, teve fotos suas estampadas em diversas capas, como as de Alessandra Negrini, Vera Fischer, Carol Castro e Maitê Proença. Com esta última atriz, Bob enxerga que proporcionou uma mudança de paradigma na forma como as beldades eram retratadas.

“Rompi com um tipo de fotografia que se fazia para a ‘Playboy’, que seguia uma cartilha: você tinha de ter duas fotos de peito, três de bunda, quatro de costas. O trabalho que eu fiz com a Maitê Proença, na Sicília, na Itália, em 1996 foi diferente. A gente incluiu as pessoas locais e também uma espécie de atmosfera neorrealista. Foi uma coisa inédita. Não há precedentes na história da ‘Playboy’ mundial de um trabalho desse tipo que eu saiba, que tenha chegado até a mim. Em geral, os ensaios eram muito carnais, direto na mulher. Esse tinha uma história, uma narrativa. Foi a partir dali que criei uma autoridade para poder fazer as coisas dessa forma”, relembrou. 

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