Fórum – A manhã desta segunda-feira (18) foi bastante tensa no município de El Bosque, um dos lugares mais pobres da Região Metropolitana de Santiago do Chile. Um grupo de moradores iniciou um protesto nas ruas do local, para pedir ajuda pela falta de comida em meio à emergência de saúde desencadeada pela pandemia de covid-19 no país.
Os canais de televisão locais mostraram ao vivo como as pessoas bloquearam o tráfego com barricadas na rua de San Francisco, o que não impediu a ação dos Carabineros (polícia militarizada), que utilizou forte repressão contra os manifestantes, incluindo balas de borracha e veículos lançadores de água e de gás.
Entre as pessoas que eram entrevistadas pelos repórteres televisivos, muitas davam relatos sobre como estão sendo afetados pela falta de dinheiro para comprar os itens alimentícios e outros produtos básicos, e que a ajuda entregue pelo governo não é suficiente para que possam sobreviver à atual situação.
Ahora en la comuna de El Bosque, Carabineros de Chile reprimiendo en las poblaciones.
Paren de eufemismos estamos en crisis sanitaria!!! pic.twitter.com/P8Ra5VANPc
— . (@ajirojoo) May 18, 2020
Em entrevista ao canal Megavisión, o prefeito de El Bosque, Sadi Melo, disse que “a crise da saúde está fazendo crescer a pobreza em todo o país. A crise social está começando a despertar, como um produto da crise da saúde”.
Em seguida, Melo acrescentou um apelo ao governo do presidente Sebastián Piñera (direita neoliberal), para que “cumpra a promessa de que receberíamos cerca de cem milhões de dólares para comprar alimentos e artigos sanitários, e que ainda não chegaram”.
📣 [#GobiernoDeHambre] A esta hora vecin@s de la comuna de #ElBosque levantan protesta contra el hambre y la miseria. La respuesta del gobierno: represión pura y dura. La #CuarentenaTotal solo es realidad con DIGNIDAD‼️ pic.twitter.com/nv4K7uQxiH
— JJCC Chile #YoApruebo #NuevaConstitucion (@jjcc_chile) May 18, 2020
O prefeito também protestou pelo fato de que o governo pretendia diminuir o número de exames PCR (de detecção da covid-19) de 180 por dia para apenas 40 por dia. “Isso significa deixar muitos dos nossos moradores sem resposta, e exigimos esclarecimentos”, reclama Melo.