Depois de atacar em solo brasileiro a Venezuela, Pompeo agora acusa a Rússia

O chefe do Departamento de Estado, Mike Pompeo, que veio ao Brasil para atacar a Venezuela, agora acusa Cuba, Irã e Rússia de exercerem “influência maligna” sobre o país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo. O apoio do Itamaraty à visita de Pompeo foi duramente criticado por ex-chanceler, como Celso Amorim, e Aloysio Nunes, e também por políticos, como Rodrigo Maia e Renan Calheiros, porque expõe ao mundo a realidade de que, sob Bolsonaro, o Brasil atua na cena internacional como colônia dos Estados Unidos.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, declarou neste sábado (19) que Cuba, Rússia e Irã exercem uma “influência maligna” sobre Venezuela.

O chefe da diplomacia norte-americana declarou que o apoio do presidente da Colômbia ao líder da oposição venezuelano, Juan Guaidó, acrescenta “dignidade” aos países da região.

“Obrigado também pelo apoio dado ao presidente interino Juan Guaidó e à transição democrática para uma Venezuela soberana, sem a influência maligna de Cuba, Rússia e Irã. Você é um verdadeiro líder da região e representa a dignidade de todos os povos do hemisfério”, disse Pompeo em comunicado conjunto, via streaming, com o presidente da Colômbia, Iván Duque, a quem dirigiu essas palavras.

Pompeo desembarcou em Bogotá na noite desta sexta-feira (18). No sábado (19), o diplomata foi recebido por Iván Duque na sede do governo para discutir questões bilaterais com as equipes dos dois governos.

“Maduro é um criminoso contra a humanidade e a comunidade internacional tem que agir para que esta situação termine”, declarou Duque durante a transmissão. Ele destacou que o seu governo manterá o apelo à comunidade internacional para “estancar esta hemorragia” no continente e, enquanto isso não acontece, a Colômbia continuará sua “política fraterna” de receber os imigrantes venezuelanos. A Colômbia não reconhece o governo de Nicolás Maduro desde sua reeleição, em maio de 2018, assim como os Estados Unidos e cerca de 50 outros países, que consideram Joan Guaidó como presidente interino do país sul-americano.

Cocaína

Durante a transmissão, Pompeo destacou o esforço conjunto da Colômbia e dos Estados Unidos no combate ao “veneno dos narcóticos”. Ele comemorou a destruição de plantações de coca pelo governo Duque que, segundo ele, foi 57% maior, do que nos anos anteriores. O secretário de Estado dos EUA, no entanto, cobrou esforços redobrados para “atingir a meta de reduzir as plantações de coca pela metade”.

O alto funcionário elogiou o programa governamental Colômbia Cresce, que visa oferecer uma alternativa economicamente viável ao plantio da coca. O programa anunciado no dia 17 de agosto e é uma extensão do conhecido Plano Colômbia, concebido em 1999, durante os governos do presidente colombiano Andrés Pastrana (1998-2002) e do americano Bill Clinton (1993-2001).

Duque agradeceu o apoio norte-americano e prometeu “um novo capítulo na relação bilateral baseada no livre comércio e investimento para chegar às regiões mais profundas” da Colômbia.

Vamos tirar ele de lá

Pompeo está realizando uma turnê pelos países que fazem fronteira com a Venezuela, onde se reuniu com lideranças políticas e proferiu ameaças ao chefe de Estado venezuelano, a quem chamou, inclusive, de “traficante”.

“Vamos tirar ele de lá”, declarou Mike Pompeo, nesta sexta-feira (18), sobre o presidente da Venezuela, durante uma coletiva de imprensa em Boa Vista, capital de Roraima, onde se reuniu com chanceler brasileiro, Ernesto Araújo.

Na quinta-feira (17), Pompeo visitou a Guiana e o Suriname. Dessa forma, o diplomata visitou todos os países que fazem fronteira com a Venezuela.

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