Investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), o deputado federal Silas Câmara (PRB) tem dito aos aliados em Brasília que será o próximo Senador pelo Amazonas. A corrida pelo Senado nas eleições deste ano já tem na fila Alfredo Nascimento (PR), Pauderney Avelino (DEM) e Eduardo Braga (PMDB) que tenta a reeleição.
Silas é o segundo deputado federal mais faltoso da bancada amazonense entre 2015 e 2017, foi o primeiro do Estado a votar contra o pedido de investigação do presidente Michel Temer (MDB) por corrupção passiva na Câmara e, agora, pode virar réu em caso de ação por improbidade.
De acordo com reportagem do jornal Diário do Amazonas, o MPF ingressou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que arquivou uma ação de improbidade administrativa envolvendo Silas Câmara, que acusava o parlamentar de desviar parte dos salários dos servidores da Câmara dos Deputados.
Em outubro 2016, Silas foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica. A pena foi estipulada em 8 anos de prisão, mas não será cumprida porque o crime prescreveu.
Neste processo, o deputado foi acusado de contratar um despachante para mudar seu registro civil para incluir o nome da mãe. Com o novo documento, obteve um novo CPF, o que configurou falsidade ideológica.
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Falsificação, “Máfia das Ambulâncias”, falsificação de dólares, dupla identidade, entre outas cositas robustecem o histórico do deputado pastor Silas Câmara.
Na página do Supremo Tribunal Federal (STF), “o ex ministro Joaquim Barbosa disse que o Ministério Público apurou que o número do registro geral na carteira de identidade do parlamentar não é compatível com a data de expedição em 1979.
O número de série só teria sido alcançado em 1983.
O deputado teria utilizado o documento para emitir procurações e promover alteração em contrato social de empresas.
Até o documento que usou para modificar o contrato social da empresa Construtiva Materiais, que passou a ser Construção Ltda., era falso, conforme a página do Ministério Público Federal (MPF).
Além desse processo, Silas respondia ainda a dois outros processos que também correm nesse suposto segredo de justiça: o Inquérito 2005 e Inquérito 2026.
E não é nenhum segredo pra ninguém que o deputado, há mais de uma década, vem recebendo, ano a ano, denúncias como envolvimento com o narcotráfico, contrabando, falsificação de dólares e dupla identidade.
Dentre algumas das peças da ficha do deputado, ele já foi acusado, em 2001, de extorquir salários de funcionários de seu gabinete.
Em 2004, a Igreja Assembleia de Deus, em Manaus, presidida pelo irmão, pastor Jonathas Câmara, teve documentos apreendidos pela Polícia Federal, na Operação Farol da Colina, por suspeita de remessas ilegais de dinheiro para o exterior.
Já em 2006, fez parte na lista da “Operação Sanguessuga” como um dos parlamentares envolvidos na “Máfia das Ambulâncias”.