A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou nesta terça-feira (12/11) que afastou preventivamente oito policiais militares investigados por suspeita de envolvimento na execução do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach foi executado dentro do Aeroporto de Guarulhos na semana passada.
Segundo a SSP, os agentes da Polícia Militar (PM)que foram afastados já eram investigados um mês antes do crime pela Corregedoria da corporação. Testemunhas tinham denunciado eles por fazerem segurança particular para o empresário. O ‘bico’ fora do expediente de trabalho e sem autorização é considerado irregular pela PM.
O fato de os agentes terem feito escolta para alguém com envolvimento com o PCC foi repudiado pelo SSP. Vinicius Gritzbach era réu na Justiça em dois processos: por lavagem de dinheiro para o crime organizado e também acusado por um duplo homicídio.
Os agentes da PM afastados trabalham no 18º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM-M), na Zona Norte de São Paulo, onde atua a maioria do grupo, e do 23º BPM-M, na Zona Oeste da capital paulista.
Entenda o crime
Gritzbach voltava de Alagoas rumo a São Paulo e desembarcou no aeroporto de Guarulhos após voltar de uma viagem com a namorada e o motorista particular dele na tarde de sexta-feira (8). A segurança dele era feita por quatro policiais militares contratados pelo próprio empresário.
O transporte dele era feito por uma escolta de dois veículos. Um dos carros apresentou uma falha e foi deixado em um posto de combustível sem acessar a área de desembarque. A investigação irá apurar se houve mesmo falha mecânica ou se episódio pode estar relacionado com o crime.
Assim que deixou o saguão do aeroporto, o empresário foi assassinado por dois homens encapuzados com fuzis. Os atiradores entraram em um Gol preto e fugiram do local.
Gritzbach foi atingido por 10 tiros e morreu na hora. Os disparos acabaram atingindo outras pessoas, que não tinham ligação com o empresário, incluindo o motorista de aplicativo Celso Araújo de Novais, que acabou falecendo na noite de sábado (9).
O veículo que teria sido no crime foi abandonado nas imediações do aeroporto ainda na sexta-feira (8). Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.
Os policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach prestaram depoimento à polícia. Eles tiveram os celulares apreendidos e foram afastados de suas funções.
O empresário era ameaçado pela facção criminosa PCC e já tinha escapado de um atentado no Natal de 2023. O Ministério Público acusou Gritzbach e o policial penal David Moreira da Silva, 38, pelos assassinatos de dois membros do PCC. O empresário também teria embolsado cerca de R$ 40 milhões da facção.
A polícia investiga se a vítima foi assassinada a mando do PCC. Mas também não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que ele havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários agentes públicos como inimigos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Com informações de G1.