Com o objetivo de discutir estratégias para impulsionar as exportações de produtos fabricados no Estado do Amazonas, representantes de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), entidades do setor produtivo e órgãos governamentais participaram nesta terça-feira (21), no auditório da SUFRAMA, da primeira reunião do Grupo de Acesso a Mercados da Jornada de Desenvolvimento da nova Matriz Econômica Ambiental do Amazonas. Promovida pela Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI), em parceria com a autarquia, a reunião possibilitou a discussão de iniciativas públicas e privadas sobre gargalos e sugestões para a inserção de produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) no mercado externo. Uma nova reunião para debate de propostas está marcada no mesmo local, às 9h, na próxima sexta-feira (24).
O secretário executivo de Desenvolvimento da Seplan-CTI, Nivaldo Mendonça, destacou que as Jornadas de Desenvolvimento têm como tarefa definir ações para a diversificação da economia dentro de uma nova Matriz Econômica Ambiental para o Amazonas. Desde março, foram organizados eventos pela secretaria para que grupos de trabalho temáticos debatessem e formatassem propostas de construção de eixos de desenvolvimento em setores prioritários como aquicultura e piscicultura, fruticultura, produtos florestais madeireiros e cosméticos, entre outros. “As sugestões que forem feitas para promoção das exportações serão compiladas, avaliadas e servirão para a elaboração de um plano para o desenvolvimento sustentável do Estado do Amazonas”, frisou.
Mendonça exemplificou que proposições sobre Processos Produtivos Básicos (PPB) estão entre as sugestões já feitas pelo setor industrial em jornadas anteriores e que as mesmas serão acolhidas pelo governo estadual em seu planejamento de medidas. “Além de lutar pela aprovação dos PPBs que ainda estão pendentes de aprovação, o Amazonas passará a ser proponente de novos, especialmente os que tiverem grande potencialidade de geração de empregos”, observou.
Ficou definido que os participantes do Grupo de Acesso a Mercados elaborem suas sugestões com base na metodologia da Matriz SWOT, um acrônimo inglês para Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). As proposições serão analisadas e debatidas na próxima reunião que ocorrerá na sexta-feira (24), na sede da autarquia.
Diagnóstico
Durante a reunião, a coordenadora-geral de Comércio Exterior da SUFRAMA, Sandra Almeida, também realizou apresentação sobre o andamento das atividades e das discussões do Grupo Técnico Permanente para o incremento da competitividade da ZFM como plataforma de exportação (GT-ZFM).
Entre os cenários analisados pelo GT-ZFM, Sandra Almeida salientou o diagnóstico a respeito da necessidade de incrementar as relações comerciais com os países da América do Sul. A Argentina, por exemplo, criou um decreto (2227/2013) que sobretaxou produtos considerados de luxo, encarecendo em 30% o valor das motocicletas de alta cilindrada fabricadas no PIM. O Uruguai exige a contratação de um despachante nativo. O Peru considera os produtos oriundos da ZFM como sendo de terceiro país, impondo condicionantes que dificultam a entrada de produtos naquele mercado.
“São entraves do mercado externo que precisam ser equacionados. Por outro lado, há fatores internos logísticos que precisam ser resolvidos como a sinalização dos rios amazônicos e uma melhor estruturação dos nossos portos. É essencial, por exemplo, o processo de realfandegamento do Porto de Tabatinga para viabilizar o eixo Manta-Manaus”, detalhou Sandra.