Josué Neto é bom pagador ou cometeu crime eleitoral?

Pois é! Com cerca de 60 mil votos, muita gente, algo em torno de mil eleitores, está batendo na porta do deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), Josué Neto, para receber pelo “serviço” prestado em véspera de eleição.

“Fantástico”. O deputado se comporta como poucos nestes tempos.

Quando muitos políticos simplesmente não pagam dívidas de campanha, principalmente se as perdem, mesmo assim é pouco usual se ver filas de “prestadores de serviços” na porta de comitês eleitorais para receber “pagamentos” como se vê no comitê de Josué Neto, em Benjamin Constant, lá pras bandas do Alto Solimões.

Seriam mesmo “serviços prestados” que se estão cobrando e sendo pagos? Isso é normal?

Claro que não!

Isso é simplesmente incrível por vários sentidos. Primeiro pelo ineditismo do comportamento, digamos, honesto; pelo comportamento intimorato, dando bolas para a Justiça e para a Lei, e, finalmente, pelo desprezo a qualquer ação que venha a sofrer, se vier, pois sabe que isso só “se resolve” após um mandato completo de 4 anos.

Normalmente, quem presta serviços a um candidato e é um fornecedor, mesmo, que tem a sua firma para vender serviços, ou simplesmente quem preste os serviços como “mão-de-obra” do comitê, não costuma “vender” seus serviços para recebimento futuro.

Mesmo com cheque datado retroativamente (4 de outubro, por exemplo).

No caso de Josué Neto, os cheques com que os “prestadores de serviços” estão buscando sua liquidação, ou mesmo repassando com deságios a verdadeiros comerciantes, implicam em um comportamento estranho por parte de quem os receberam, pois simplesmente poderiam ser ou não ser liquidados a depender dos resultados, não é mesmo?

Em Benjamin Constant, houve até um cadastro desses “fornecedores” (pessoas para votarem). O cadastro foi feito na semana da eleição. Todo mundo sabe em Benjamin Constant.

Esse risco não é próprio de comerciantes “normais”, mas sim de “agiotas”.

Portanto, estamos diante de uma nova espécie de agiotagem. A agiotagem eleitoral.

Neste caso, aí estão embutidos um crime eleitoral e uma contravenção (agiotagem).

Normalmente, quem presta serviços a políticos, das duas, uma: ou recebe durante a campanha, ou não recebe depois dela.

A não ser que seja algo além do simples “pagamento por serviços prestados”.

Que tal pagamento por “votos” digitados nas urnas para recebimento após os resultados proclamados? Afinal, Josué teve cerca de 60 mil voto$.

Bom, mas isso é coisa para o Ministério Público Eleitoral, à Justiça Eleitoral, os partidos políticos, os candidatos de partidos e coligações que tenham interesse de agir.

Ao blog compete publicar a estranheza, com “provas”, com testemunhas, com relatos.

Como se vê, nunca foi tão fácil receber dinheiro de político após encerradas as eleições.

Que sorte esse pessoal que trabalhou para o Josué Neto.

Já imaginaram se todos os candidatos agissem assim, com essa honestidade toda?

Será compra de votos, disfarçada? Não duvidamos de nada por acreditar em tudo.

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