Laudo revela que não houve violência em morte de jovem que saiu com jogador sub-20, diz TV

Livia Gabriele da Silva Matos (à direita) morreu em encontro com o jogador Dimas Cândido de Oliveira Filho (Crédito: Reprodução)

Laudos realizados pela Polícia Científica de São Paulo apontam que não houve violência na morte de Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, após se encontrar com o ex-jogador sub-20 do Corinthians Dimas Cândido de Oliveira Filha, 18. Além disso, os relatórios mostram que os jovens não usaram drogas ou consumiram bebidas alcoólicas.

Os documentos, obtidos com exclusividade pelo “Fantástico”, da TV Globo, ainda revelaram que não havia fraturas nem sinais letais de violência. Além disso, não foi encontrado esperma de Dimas na jovem, confirmando o relato dele de que houve uso de camisinha durante a relação sexual.

A jovem Livia sofreu uma ruptura de cinco centímetros de extensão no saco de Douglas, estrutura entre o útero e o reto. A lesão, segundo o laudo, foi causada por um “objeto contundente”, ainda não especificado.

Sexo pode causar ruptura?

A ginecologista Yara Caldato explicou à ISTOÉ que esse rompimento pode sim ocorrer durante a relação sexual. “Não é algo muito comum, mas, mesmo assim, precisamos tomar alguns cuidados com determinadas posições e o uso de toys (brinquedos sexuais)”, acrescentou.

A especialista destacou que a região vaginal é muito vascularizada e, “dependendo da posição, o pênis pode bater com um pouco mais de força no local e causar um sangramento, que pode provocar um choque hemorrágico e levar a óbito se a mulher não procurar atendimento médico”.

Por conta disso, a ginecologista alertou que é preciso interromper a relação sexual no caso de a mulher sentir dor ou ter sangramento.

Além disso, segundo um estudo publicado pelo site NHS, há outros fatores que podem causar sangramento. São eles:

  • Uma infecção, como DIP (Doença Inflamatória Pélvica) ou uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), como clamídia;
  • Secura vaginal (vaginite atrófica), que é causada pela redução das secreções vaginais após a menopausa;
  • Danos vaginais como, por exemplo, lacerações provocadas pelo parto ou por secura ou fricção durante o sexo;
  • Pólis cervicais ou endometriais (crescimentos benignos ou não cancerosos no útero ou no revestimento do colo do útero);
  • Ectrópio cervical (conhecido como erosão cervical), em que há uma área inflamada na superfície do colo do útero.

Atendimento do Samu

O “Fantástico” teve acesso ao depoimento da médica do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que atendeu a ocorrência. A profissional destacou que a ambulância não conseguiu entrar no condomínio e, depois, a equipe precisou andar cerca de 100 metros até chegar ao prédio de Dimas e subir ao oitavo andar.

No apartamento, a médica encontrou o jovem fazendo massagem cardíaca em Livia e falando pelo celular com um atendente do Samu. Nesse momento, os socorristas assumiram a emergência e, como a garota não apresentava sangramento, não foi necessário a realização de contenção.

Câmeras de segurança do condomínio registraram o momento em que um dos socorristas retornou à ambulância para pegar um reanimador manual, usado em casos de insuficiência respiratória, pois o equipamento que tinham levado não estava funcionando direito.

Ao todo, desde o pedido de socorro até a chegada de Livia no Hospital Municipal do Tatuapé, em São Paulo, foram 51 minutos. A jovem teve quatro paradas cardíacas, uma delas a caminho da unidade de saúde.

O caso é investigado pela polícia como morte suspeita e as autoridades ainda aguardam os relatórios médicos para verificar se Livia tinha alguma doença.

Ao programa, a defesa de Dimas criticou a demora no atendimento do Samu. “Tempo foi fundamental para a evolução do óbito, demorou demais. Será que o Samu está preparado para atendimento obstetrício?”, questionou.

A Prefeitura de São Paulo, responsável pelo Samu, afirmou que a ambulância chegou à portaria do condomínio 11 minutos depois de receber o chamado e destacou que os profissionais ficaram “presos” no local, porque os funcionários não tinham sido informados sobre a ocorrência.

Para a administração municipal, a defesa de Dimas tenta “imputar responsabilidade descabida ao Samu, serviço fundamental para salvar vidas”.

Situação no Corinthians

Após o ocorrido, Dimas saiu do Corinthians e retornou para o clube Coimbra, em Minas Gerais.

Ele estava emprestado para o Corinthians e o seu contrato iria até o final de 2024, mas, segundo a defesa dele, o jovem está “extremamente abalado” e “não tinha mais clima” para ele permanecer no time paulista.

Com Informações de iSTOÉ.

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