Melo abraça o sindicalismo pelego em troca de apoio político

Depois de muito blá-blá-blá e  sorrisos pra lá de disfarçados ou amarelos, digamos assim, os candidatos Melo-Omar obtiveram o apoio da Associação de Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Adepol-AM), neste final de semana durante  um nada modesto almoço,  regado ao sabor do melhor espumante, no Village Festas, localizado na Avenida Efigênio Sales.  Almoço nababesco – R$ 50 mil – que desagradou a muitos associados, desconfiados que a grana possa ter saído de suas régias contribuições.

Ainda há certa dúvida quanto ao verdadeiro anfitrião. O certo é que, se a “tutu” não saiu dos bolsos dos senhores delegados, saiu, sim, do caixa 2 do Zé Melo – isso fede a abuso do poder político e econômico -, governador em transição e candidato à reeleição.

E que blá-blá-blá poderia ser esse, haveriam de perguntar os mais antenados?

Pra começar, os dirigentes da Adepol, em nota pública, fizeram uma espécie de “balanço” da área de segurança – é claro, devidamente combinado com Melo-Omar, algo bem típico do sindicalismo pelego.

“Em quatro anos a segurança pública recebeu mais investimentos na ampliação do sistema, aquisição de novos equipamentos, contratação de mais servidores e melhorias salariais”, diz a nota.

Diz, também, que o orçamento do setor saltou de R$ 808 mil, em 2011, para R$ 1,3 bilhão em 2014. E que na Polícia Civil, o número de servidores, também, saltou de 1.437 para 2.235 com a realização de novos concursos.

Por essa ótica vesga e pelega, a população deveria estar feliz, contente e fagueira com a criminalidade em ascensão, pois a polícia – os senhores delegados não ficaria melhor?-, está felicíssima!

Ainda fazendo apologia dos ganhos na área de “segurança” – Macaco Simão diria “bagurança” (misto de bagunça com segurança) – seguem a cantilena: “durante a gestão Omar Aziz, os reajustes salariais foram acima da inflação, blá-blá-blá e haja blá-blá-blá.

Isso é que é competência.

Confundem investimento em segurança o atendimento de reinvindicações sindicalistas de policiais. Só o fato de policiais se sindicalizarem já é uma aberração frente à melhor doutrina na área que é a disciplina e a hierarquia.

Contudo, o governador e o ex concebem como “normal” esse tipo de arranjo eleitoreiro. Com que autoridade um governador poderia depois se impor à “categoria” sem os arreglos sindicais?

Assim foi selado o apoio à dupla, Melo-Omar.

Agora vejam a contradição e tirem as suas próprias conclusões a respeito do que falam, a respeito do que dizem, a respeito da honestidade e seriedade daqueles que acendem uma vela para Eduardo Braga e outra para o Zé Melo.

Vamos lá.

No dia do Trabalhador (1º de Maio deste ano), em Brasília, o diretor da Adepol no Amazonas, delegado Sandro Sarkis, agradeceu ao Senador Eduardo Braga pelo apoio e serviços prestados à categoria no Amazonas e no Brasil e ressaltou: “Esta é uma medalha de reconhecimento pelo trabalho do Senador Eduardo Braga e uma oportunidade para manter e reforçar o ELO que os delegados têm com ele”, disse.

Quem quiser conferir basta acessar o site adepoldobrasil.com.br e lá irão ver o “puxa-saquismo” sem desprezar a outorgada – medalha “Romeu Tuma” – conferida ao senador pelos relevantes serviços prestados à entidade.

Viram? Pois é. Não dá para levar a sério gente que fica zombando de uma situação que beira à calamidade.

Como já foi dito, não se pode confundir investimento em segurança o atendimento de reivindicações sindicalistas de policiais.

Isso é brincar com fogo.

adepol nacional

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