Omar declara apoio a Melo sem um pedido de desculpas a Braga pelo ato da “punhalada” e o do “beijo na face”

Traição é um ato entre amigos, companheiros, ligados por laços e objetivos comuns. É um ato dos mais abjetos nas relações humanas, praticado contra alguém a quem se prometera fidelidade, lealdade, que são virtudes cultuadas por pessoas que se gostam e de quem nunca se esperam tais comportamentos. Porque machuca, dói, fere n’alma.

A rigor, são virtudes que podem ser praticadas pelas pessoas ditas “normais”, ou mesmo por pessoas que em outras áreas da vida não tenham qualquer compromisso com o bem, até mesmo por apenados e presidiários.

Existe uma ética de lealdade mesmo entre pessoas tidas como desprezíveis.

Nesse contexto, a traição não foge à regra dos que conduzem na política os destinos de toda uma coletividade, uma comunidade, a sociedade, a Nação.

Existem regras de convivência a serem seguidas e que devem comprometer as pessoas em qualquer ramo de atividade.

Assim, quando o ex-governador Omar Aziz torna público que vai apoiar o atual governador José Melo, nas eleições deste ano, contra as pretensões legítimas de seu companheiro, Eduardo Braga, por mais que se diga que “é normal”, isso não deixa de expor uma fratura ética e moral entre ambos, apoiador e apoiado, para com quem realmente os alçou a tão altos vôos.

Se não, vejamos: quem eram José Melo e Omar aziz antes de terem sido apoiados em suas pretensões por Eduardo Braga nos anos de 2002 a 2010? Ambos eram coadjuvantes do prefeito Alfredo Nascimento e do governador Amazonino Mendes. Vamos recordar um pouco nas linhas seguintes.

OMAR JOSÉ ABDEL AZIZ

Numa busca rápida na Internet, é fácil ver o que se encontra lá registrado:

“Omar nasceu em São Paulo, no dia 13 de agosto de 1958, nascido numa família de mistura árabe e italiana, Omar já ocupou o cargo de vereador em Manaus e deputado estadual do Amazonas na década de 1990. Em 1996 foi eleito vice-prefeito de Manaus na chapa com Alfredo Nascimento. Em 2000, reelegeu-se vice-prefeito, novamente com Alfredo Nascimento na cabeça da chapa, mas em maio de 2002 deixou o cargo para concorrer ao governo do Amazonas, JUNTO COM EDUARDO BRAGA como governador. Em 2006, REELEGEU-SE JUNTO COM BRAGA. Licenciou-se do cargo em 2008 para se candidatar a prefeito de Manaus pelo PMN, tendo conquistado a terceira colocação”.(disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Omar_Aziz, acessado em 14.05.14)
JOSÉ MELO DE OLIVEIRA

Da mesma forma se pode ver quem era José Melo:

“José Melo de Oliveira (Eirunepé, 29 de setembro de 1946) é um político brasileiro, atual governador do Amazonas. Formado em Economia pela Universidade Federal do Amazonas em 1967, iniciou sua vida pública ainda na universidade, onde atuou em várias funções, entre elas as de datilógrafo e diretor do Departamento de Educação e Desportos. Também foi Interino na Sub Reitoria para Assuntos Acadêmicos e membro do Conselho Universitário. (…). Elegeu-se deputado federal em 1994, tendo sido reeleito em 1998. Em 2002, foi eleito deputado estadual, ainda pelo PFL. Durante dois anos, entre 2005 e 2006, assumiu a presidência da Sociedade de Navegação Portos e Hidrovias do Amazonas (SNPH). Após deixar a presidência da SNPH, assumiu a Secretaria de Governo do Amazonas (Segov), até 2010. Nas eleições no Amazonas em 2010, filiado ao PMDB, elegeu-se vice-governador do estado do Amazonas, na chapa encabeçada por Omar Aziz. (disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Melo_de_Oliveira, acessado em 14.05.14).

Assim, fica evidente que ambos devem a Eduardo Braga os seus maiores cargos eletivos que exerceram no Estado do Amazonas, o de Governador, e assim deveriam, por questão de pura lealdade a seu ex-companheiro de lutas políticas, pelo menos um pedido de desculpas pelo ato da “punhalada”, o do “beijo na face”, como queiram.

De qualquer forma, isso apenas tornará a luta de Eduardo mais acirrada, mas nada que não traga ao final um sabor a mais de vitória suada e difícil, até porque “tudo fácil, valor nunca traz”.

 

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