Diferente dos pedófilos, dos tarados, dos traficantes, dos respeitosos senhores engravatados e de colarinhos brancos, que envergonham e infelicitam o povo e a nação brasileira, os simplórios Zé Ninguém João Maria não têm vergonha, melhor ainda, medo de expor o amor
Ao contrário do que é mostrado todos os dias nos mais badalados programas de televisão, nos noticiários dos diferentes veículos de comunicação, nos best seller, e até mesmo na casa do vizinho, é de dar inveja assistir ao vivo, no meio do passeio público, o amor, a troca mútua de carinho, a reciprocidade terna do abraço, o olhar sincero e apaixonado do casal João e Maria (nomes fictícios).
Não é exagero afirmar que diante de tanta baixaria, histórias sem pé nem cabeça, produzidas de montão pelos mass media (comunicação de massa) e empurradas goela abaixo como cultura de massa ao povo brasileiro, João e Maria, certamente, seria uma bela história que poderia mudar muita coisa, inclusive o conceito de amor, da vergonha e da dignidade.
O casal, que não dava a menor importância aos olhares parvos de quem passava por volta das 10 horas deste sábado, 06, pela Rua Miranda Leão, centro, trocava carícias respeitosas, sem insinuações ou cenas explícitas de sexo, provavelmente depois de uma noite mal dormida.
Sujos, molambentos, deitados ainda na fria e dura calçada da Miranda Leão, o casal era só felicidade. Não importa se para muitos o odor de seus corpos não exalasse bem e que para os olhos de muitos não passassem de de um casal imundo de pés-inchados, de mendigos, ou
de vagabundos.
Diferente dos pedófilos, dos tarados, dos traficantes, dos respeitosos senhores engravatados e de colarinhos brancos, que envergonham e infelicitam o povo e a nação brasileira, os simplórios Zé Ninguém João Maria não têm vergonha, melhor ainda, medo de expor o amor que os atraiu e os uniu por que são puros como a água da fonte que jorra límpida, sem mácula.
João e Maria são de dar inveja.