Na última palestra do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), na 68ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que este ano é realizada na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro (Bahia), abordou o tema “Tecnologias Sociais do INPA: Integrando povos na Amazônia”, ministrado pela coordenadora de Tecnologia Social do instituto, Denise Gutierrez.
Outra tecnologia para o combate das doenças, de acordo com Gutierrez, é o composto feito com cal e cloro. “Esse composto é voltado para a proteção dos ambientes na construção civil, onde nossa equipe capacitou algumas empresas para que saibam a importância da implementação dessas medidas nas construções”, comentou, informando que essas tecnologias são de metodologias simples, baratas e de fácil aplicação.
O Inpa oferece um portfólio com mais de 20 opções de tecnologias sociais, segundo a coordenadora, que falou sobre a importância dessas tecnologias para a sociedade. “A ciência tem um papel fundamental no sentido de produzir conhecimento, mas esse conhecimento não pode ser apenas cognitivo, precisa haver uma inserção social, então as tecnologias sociais têm esse potencial para o desenvolvimento integral das populações”, disse.
Segundo Gutierrez, várias dessas tecnologias sociais do Inpa já beneficiaram várias comunidades. “O purificador de água, conhecido como ecolágua, criado pelo pesquisador Roland Vetter, já existe em áreas remotas da Amazônia. Temos retorno da população, e sabemos que a mortalidade, por conta da má qualidade da água desses lugares diminuiu significavelmente. Essa tecnologia também já foi levada para a África, pela ONG Reviva”, relatou.
O maior questionamento do público presente sobre as tecnologias sociais foram referentes a possibilidade de implementar em ouras regiões do país. “A maioria das tecnologias podem sim ser implantadas em outras regiões, mas com uma adaptação em alguns casos de clima, e bioma”, explicou Gutierrez.
Dentre outas tecnologias citadas pela coordenadora, estão os briquetes, que geram energia sustentável; o manejo comunitário de recursos naturais; e ainda a troca de sementes, saberes e sabores, que é realizado em algumas comunidades do Amazonas. “A tecnologia social sempre busca oferecer acesso e oportunidades para a população, e percebemos que de fato leva melhoria de qualidade de vida para as pessoas”, finalizou.