O vice-presidente Michel Temer avalia, segundo interlocutores, que o impeachment da petista “perdeu força” após o rito de tramitação do processo no Congresso Nacional estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro. O peemedebista teria dito a alguns deputados aliados que já considera que um eventual afastamento de Dilma não deve acontecer.
Deputado da ala pró-impeachment do PMDB, Osmar Terra (RS) afirmou ter ouvido de Temer hoje, durante encontro com peemedebistas, que ele já “trabalha com a ideia de que não vai ter impeachment”. “Ele avaliou duas vezes que não vai ter impeachment. Pelo menos este ano ele acha que não vai”, afirmou Terra, que tomou café com o vice-presidente e os deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Lelo Coimbra (PMDB-ES), ambos também da ala contrária ao governo Dilma.
De acordo com Terra, Temer pediu que a bancada do PMDB tentasse evitar que a eleição para a liderança do partido na Câmara aprofunde a divisão interna da sigla. “Ele falou que quer todo o PMDB unido para a eleição de 2018”, disse. Segundo o deputado, o vice afirmou que, durante as viagens que fará pelo Brasil a partir do fim de janeiro, o vice-presidente vai focar no projeto “Uma Ponte para o Futuro”, apresentado em novembro, como o programa do partido para 2018.
Segundo interlocutores do vice-presidente ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Temer avalia que o impeachment “absolutamente perdeu relevância” no debate político, após a decisão do STF favorável ao Planalto, ao menos no curto prazo. Entre os pontos positivos para Dilma estão a proibição de votação secreta para a escolha dos membros da comissão especial do impeachment na Câmara e a autonomia do Senado na decisão de arquivar ou não o processo. estadão