Subiu para 14 o número de mortos em uma tentativa de assalto a duas agências bancárias, no município de Milagres, interior do Ceará, na madrugada dessa sexta-feira (7). As duas últimas pessoas que morreram foram baleadas durante o confronto entre os criminosos e a polícia. A identidade delas não foi revelada ainda. No total, seis suspeitos e seis reféns foram assassinados, sendo cinco deles da mesma família.
Até o momento, três suspeitos foram presos. De acordo com o G1, eles serão prestar depoimento para a polícia tentar identificar o restante da quadrilha. As 12 pessoas morreram no local, na Rua Presidente Vargas, no Centro de Milagres. Ainda não se saber se as últimas duas pessoas que foram a óbito eram reféns ou faziam parte dos criminosos.
O confronto ocorreu por volta das 2h, quando cerca de 30 homens armados e com reféns foram abordados por policiais no momento em que se aproximavam das agências do Banco do Brasil e do Bradesco em uma avenida da cidade, a poucos metros da prefeitura.
Seis dos mortos eram reféns, cinco da mesma família. O número foi confirmado pelo prefeito de Milagres, Lielson Landim (PDT). A reportagem da Folha de S. Paulo apurou que um empresário, João Batista Magalhães, deixou Serra Talhada, onde vive em Pernambuco, na noite de quinta (6) acompanhado do filho de 14 anos para buscar familiares no aeroporto de Juazeiro de Norte, já no Ceará. Eles chegavam de São Paulo.
No retorno, teriam sido abordados pelos assaltantes na estrada, no acesso da CE-384 à BR-116, em MIlagres (a 140 km de Serra Talhada) e acabaram feitos reféns. Os assaltantes roubaram um caminhão e o deixaram atravessado na BR-116, no principal acesso a Milagres, quando abordaram os carros dos reféns. Estavam no carro, além de Magalhães e seu filho, sua cunhada, seu concunhado e o filho desse casal, de 10 anos. Todos morreram. Um sexto refém morto, segundo o prefeito de Milagres, seria de Brejo Santo (CE), cidade a 20 km do local do incidente.
A polícia continua as buscas dos assaltantes que fugiram e a prefeitura de Milagres fechou órgãos públicos e suspendeu as aulas nessa sexta-feira. Dois suspeitos foram presos, segundo o secretário de Segurança do Ceará, André Costa.
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Não está claro até o momento em quais circunstâncias os reféns foram mortos. “As informações que tenho são de que os reféns foram executados pelos bandidos”, disse Landim em entrevista à rádio BandNews FM.
O tiroteio durou mais de 20 minutos, segundo relato de moradores à imprensa local. O assalto não foi concretizado, e a Polícia Militar informou que segue em busca de assaltantes que escaparam. A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que apura os detalhes da ação.Os corpos foram levados ao Hospital Municipal Nossa Senhora dos Milagres. Dois carros da Coordenadoria de Medicina Legal foram acionados para levar os corpos para autópsia.
Violência no país
A taxa de mortes violentas intencionais no Brasil atingiu 30,8 para cada 100 mil habitantes no ano passado, quando morreram dessa forma 63.880 pessoas em todo o país, um avanço de 3% em relação às registradas em 2016. Isso representa um total de 175 assassinatos por dia no país. O índice de 2017 foi o maior da série histórica, iniciada em 2013.
No ano passado, disparou também a quantidade de mortos pela polícia. Foram 5.144 em 2017, uma média de 14 mortos por dia, um avanço de 20% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o número de policiais mortos recuou 5%. Foram 367 no ano passado. Todos esses dados do panorama da violência em 2017 aparecem em levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização de pesquisadores da área e que compila estatísticas de secretarias estaduais de segurança e das polícias Civil e Militar de todos os estados.
O critério para a soma de mortes violentas intencionais inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais em confrontos e mortes decorrentes de intervenções policiais.
O estado mais violento do país é o Rio Grande do Norte, com 68 mortes a cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional. O estado foi palco de massacre em janeiro do ano passado no presídio de Alcaçuz, quando uma disputa de facções deixou 26 mortos. Também tem uma polícia sucateada, que, em dezembro do ano passado, decretou greve, fazendo subir também casos de arrastões, roubos e assassinatos.
Na sequência, aparecem Acre (com 63,9 casos a cada 100 mil habitantes) e Ceará (59,1), ambos na rota do tráfico de drogas. O Rio de Janeiro, sob intervenção federal na segurança pública há seis meses, aparece na 11ª colocação, com 40,4 mortes por 100 mil habitantes, alta em relação à taxa de 37,6 registrada um ano antes. Pernambuco, Acre e Ceará foram os estados que tiveram maior aumento de mortes em relação ao ano anterior.
As capitais são, em média, mais violentas. Elas têm juntas uma taxa de 34 casos por 100 mil habitantes. As que têm mais mortes são Rio Branco (83,7 mortes por 100 mil pessoas), Fortaleza (77,3) e Belém (67,5). Com informações da Folhapress. NOTÍCIAS AO MINUTO