O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Ari Moutinho, preocupado com os efeitos de possíveis custeios de despesas públicas, geradas com a realização de festas tradicionais, alertou aos prefeitos do interior do estado que priorizem os recursos públicos com serviços essenciais, como saúde, educação e segurança pública, enquanto durar o período de crise financeira.
Por conta dessas recomendações, a tradicional Festa das Cirandas, realizada em Manacapuru (AM), no final de agosto, continua ameaçada e na dependência dos resultados do esforços empreendidos pelo prefeito do município, Jaziel Nunes de Alercar Tororó (PMDB), para que o maior evento cultural popular da cidade não seja interrompido.
De acordo com o prefeito, o primeiro passo para não ver frustrado o sonho da população e de poder brindar ao povo do Amazonas e do Brasil, com a apresentação das cirandas Flor Matizada, Flor Matizada e Tradicional, foi procurar o Ministério Público Estadual (MPE) para tratar do assunto.
Munido de documentos e de planilhas, que atestam que desde o ano pasado tem trabalhado em sintonia com os recursos destinados à Cultura, promovendo, inclusive, a contração de atrações nacionais, à custo diferenciados à realidade de hoje, Tororó acredita que nem tudo está perdido.
“Decisão da justiça não se discute, cumpre-se. Essa é a regra. Logo, a festa das Cirandas só não será realizada se a justiça não permitir”, admite o prefeito.
Tororó destacou, ainda, que a festa da Ciranda, embora tenha uma duração de uma semana, o custo do evento será de um terço do Festival do Cupuaçú, de Presidente Figueiredo, que foi de R$ 1 milhão, para dois dias de festa.
“Estou otimista. Acredito na sensibilidade de nossas autoridades. Reivindicar pela sua realização é lutar pela preservação da mais tradicional cultura popular de Manacapuru, é defender o direito de trabalho de mais de 400 barraqueiros, de centenas de mototaxistas e taxistas, da possibilidade de incremento do comércio e da rede hoteleira da cidade”, comenta.
