Traficante afirma que foi extorquido em R$ 1 milhão por policiais presos

O traficante André Damião de Andrade, conhecido como Velho ou Coroa, afirmou, em depoimento na 5ª DP (Mem de Sá), que dois policiais civis e dois PMs do Rio de Janeiro chegaram a exigir R$ 1 milhão dele. Os sargentos Fábio Bernado dos Santos Reis, do 2º BPM (Botafogo), e Aleksander Viana Machado, atualmente reformado; e os inspetores Olavo Cerqueira Escovedo e Robson Pierre Abreu de Souza acabaram presos, na noite de segunda-feira, suspeitos de extorquir dinheiro do criminoso. Eles foram autuados pelo crime de concussão — o ato de obter vantagem indevida em virtude do exercício de uma função pública.

Damião contou, na 5ª DP, onde foi feito o flagrante, que os policiais estiveram na favela Faz Quem Quer, na Zona Norte do Rio, há duas semanas, e exigiram inicialmente R$ 500 mil para não prender uma mulher que estava numa casa na qual foram encontradas drogas e dinheiro. Como a quantia era muito alta, ela foi levada para a 29ª DP (Madureira), e lá teria sido negociado o pagamento de R$ 70 mil. Outros R$ 30 mil deveriam ser dados no dia 21 deste mês. A mulher, então, foi solta. O próprio traficante disse que fez a negociação por telefone.

Como Damião não pagou o restante do valor no dia combinado, os policiais o procuraram nesta segunda-feira em sua casa, na VilaKennedy, na Zona Oeste, e exigiram outros R$ 500 mil. Mais uma vez sem o dinheiro, ele foi levado para a 9ª DP (Catete). Em depoimento, Damião afirmou que chegou a pedir ajuda para o chefe do tráfico no Faz Quem Quer, mas ele só teria aceitado contribuir com R$ 10 mil.

Os quatro policiais foram reconhecidos na delegacia por Damião, que também foi preso pelo crime de associação para o tráfico de drogas. Pierre era lotado na 9ª DP há menos de um mês. Antes, ele era da 29ª DP(Madureira), onde Olavo permanecia, aguardando transferência para a unidade da Zona Sul. As investigações ficarão a cargo da Coinpol.

Artigo anteriorPrefeito Washington Quaquá é agredido durante entrevista
Próximo artigoCelas no Compaj ostentam o luxo e a força do crime no Amazonas