Unicef cobra penas alternativas e prioridade no julgamento de presas grávidas

A demora no atendimento médico e o risco de parir em uma cela em vez de um hospital preocupam as gestantes do Presídio Talavera Bruce, na zona oeste no Rio de Janeiro. Há um mês, presas fizeram um parto na cadeia. A situação, segundo elas, não é atípica. Com a dificuldade de conseguirem prisão domiciliar, como estabelece o Código de Processo Penal, as detentas grávidas reclamam do atendimento e querem ser transferidas para a Unidade Materno Infantil (UMI) do próprio presídio, que só recebe quem deu à luz.

Com nove meses de gestação, Lorraine Silva Tomás, 29 anos, participou do parto de uma colega de cadeia no mês passado. Segundo ela, há muita lentidão no serviço de escolta, que nem sempre está disponível para acompanhar as presas ao hospital, inclusive às gestantes. “Já vi várias grávidas tendo bebê aqui, passando por coisas desnecessárias. O neném corre o risco de pegar uma bactéria, de vir a falecer, não estamos preparadas para isso”, reclama.

Presa durante a gestação, Meirelaine dos Santos Gonçalves, 30 anos, foi uma das detentas que começaram a dar à luz na cela comum. Apesar de sofrer de pressão alta, o que eleva riscos de complicações, só foi transferida em trabalho de parto. Hoje na Unidade Materno Infantil, com o bobê, ela diz que é muito mais bem tratada.

Artigo anteriorAbstenção no Enem atinge 25,31% no primeiro dia
Próximo artigoParcerias com África podem ajudar Brasil a amenizar efeitos da crise, diz Apex