O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub fez uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube ao lado do irmão, o ex-assessor da Presidência, Arthur Weintraub, no domingo (11.out.2020). Eles defenderam a pena de morte, criticaram a Constituição Federal e disseram que vão ajudar Bolsonaro a não depender de “novos patriotas“.
Os irmãos estão morando em Washington, capital dos Estados Unidos. Abraham Weintraub, após a saída do governo Bolsonaro, assumiu posto de diretor no Banco Mundial. Arthur, por sua vez, ocupou cargo na OEA (Organização dos Estados Americanos). Durante a transmissão, eles afirmaram que as instituições internacionais não permitem que emitam opiniões políticas.
O vídeo foi motivado pelo aniversário do ex-ministro. Ele completa 49 anos nesta 2ª feira. Abraham e Arthur tomaram champanhe, tocaram instrumentos e comeram bolo na comemoração. Em pouco mais de 1 hora no ar, os 2 não deixaram de fazer manifestações sobre temas polêmicos. O ex-ministro criticou a Constituição Federal de 1988. Segundo ele, é preciso “sair desse nó“.
“Temos conversado sobre isso aqui. A gente tem pensado em muita coisa. A gente é contra rasgar leis e contratos, mas estamos pensando aqui em como sair desse nós que a gente herdou do Fernando Henrique [Cardoso, ex-presidente da República], do [ex-senador e ex-ministro] Aloysio Nunes, do [ex-governador de São Paulo, André Franco] Montoro. Todos esses tucanos”, afirmou.
O irmão mais novo, Arthur, disse que a Constituição é uma “porcaria”. “Eu vou falar como jurista. A Constituição Brasileira, tecnicamente, é uma porcaria”, afirmou. Nesse momento, foi interrompido por Abraham: “Mas é melhor do que a da Venezuela”. “Mas é pior do que a dos Estados Unidos. Tem previsão de tudo na Constituição. É engessada”, disse Arthur.
O ex-ministro falou que pretende “ajudar” o presidente Bolsonaro a depender do que chamou de “mecanismo” e de “novos patriotas“. Ele chegou a dizer que a direita precisa de 1 novo partido para poder “ganhar o jogo“.
“A gente precisa ter o nosso partido, a gente precisa ter nossa estrutura. Se não, a gente nunca vai ganhar o jogo. Precisamos criar as estruturas para permitir o presidente Bolsonaro não depender do mecanismo”, afirmou.
“O que a gente está pensando é em como reunir a direita para dar apoio ao presidente. Para ele não ficar na mão dos novos patriotas e conversadores. Estamos vendo isso de como reagrupar a direita. Porque eles conseguiram fazer a gente brigar entre nós”, disse o ex-ministro da Educação.
Em outro momento, mesmo que seja impedido de emitir posições políticos, Abraham defendeu a pena de morte contra a pedofilia: “Eu acredito na pena de morte. Encontrou documentado alguma coisa que comprove abuso sexual contra crianças? Julga e executa. Sou contra torturar. Arrancar pedaço sou contra. Eu sou a favor de executar. É uma coisa de civilização”, afirmou.
Perguntado por 1 apoiador sobre o trabalho que tem desenvolvido na OEA, Arthur Weintraub disse que, se dependesse dele, “prenderia todo mundo“. “Cara, eu não tenho como prender todo mundo. Se dependesse de mim, eu prendia. Não tenho como prometer pra vocês que vou fazer, que vou arrebentar. Eu vou prometer o que eu consigo entregar”, disse.
Assista (1h13min44s)