Líder do DEM rebate Lula: “Verdade na Petrobras, só com CPI”

POR SÉRGIO RODAS OLIVEIRA

O presidente nacional do DEM, senador pelo RN José Agripino Maia, criticou as declarações dadas pelo ex-presidente Lula na manhã desta terça (8) a um grupo de blogueiros. Na entrevista, Lula disse que o governo e o PT tinham que “partir para a ofensiva” e rebater as acusações relativas à Petrobras com “muita força”.
“A gente não pode ficar permitindo que, por omissão nossa, as mentiras continuem prevalecendo. Temos de defender com unhas e dentes aquilo que achamos que é verdadeiro, os fatos concretos”, argumentou o ex-presidente. Lula ainda declarou que, se o partido tivesse sabido se defender apropriadamente das acusações do mensalão, e não esperasse a solução nos tribunais, a “história seria outra”.

Para Agripino Maia, a fala de Lula defende as investigações sobre as denúncias quanto à Petrobras, investigações estas que oposição está tentando implementar no Senado.

“Acho que ele [Lula] está arremetendo no rumo da instalação da CPI, porque só tem uma forma de você evitar que a mentira prevaleça sobre a verdade: com o esclarecimento. E para o esclarecimento, você faz uma CPI. Eu acho que ele está criticando essa posição do governo estar, truculentamente, usando a base para evitar a criação da CPI. Se ele quer que a mentira não prevaleça sobre a verdade, ele deve estar, pelo menos, sugerindo a instalação da CPI”, disse o senador.

O líder do DEM na Senado também criticou a postura do presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB), no caso. Na opinião dele, Calheiros está usando critérios diferentes para tratar de casos semelhantes. “Ele [Renan Calheiros] indeferiu há quatro anos uma CPI do Lula que o [José de] Almeida Lima [PMDB-SE] propôs. Agora está querendo não instalar uma CPI que tem tudo para ser instalada, pois preencheu todas as formalidades. Ele quer induzir a criação de uma [CPI] usando os argumentos que o levaram a proibir uma semelhante há quatro anos”.

Para forçar a instalação da CPI, a oposição impetrou um mandado de segurança no STF para garantir que a investigação somente da Petrobrás se dê, sem outras investigações como a do o cartel de trens em São Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco, como quer o governo.

Questionado se o uso da Justiça não inviabiliza o papel do Senado e do Poder Legislativo, Agripino Maia foi enfático:

“Inviabiliza se a gente não entrar [na Justiça]. O que estamos defendendo são as prerrogativas do Senado, que o presidente está evitando, impedindo. Como ele [Renan Calheiros], usando as prerrogativas de presidente, está dando a interpretação errada, nós estamos invocando o Supremo para que as prerrogativas do Senado sejam respeitadas”, declarou o senador do DEM.

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