Deu no blog do Hiel: Arthur comanda blocão para impedir de ser atropelado pela oposição

A estratégia do grupo do poder para tentar evitar que a oposição chegue a prefeitura de Manaus já foi definida e, ao contrário do que todos imaginavam, não existe um “racha” no time.  A prioridade continua sendo a reeleição do prefeito Arthur Neto, o candidato número 1 da tropa. Mas se não for possível contornar a rejeição dele, vão tentar colocar no segundo turno outros quatro nomes, para garantir a chave do cofre. São eles: Henrique Oliveira, Silas Câmara, Serafim Corrêa e… Marcelo Ramos. Sim, leitor, você não leu errado. Marcelo Ramos faz parte da jogada.

Todos os quatro romperam com Arthur “de mentirinha”. O xadrez foi montado com a engenhosidade de sempre pelo senador Omar Aziz, para quem a manutenção do controle da prefeitura de Manaus é fundamental no seu projeto de retorno ao governo estadual em 2018. xadrez, blocão, Arthur, Omar, Coronel, Serafim, tropa

O primeiro movimento foi lançar o deputado Silas Câmara. O papel deste na campanha é tentar mobilizar o eleitorado evangélico, que teria força suficiente para levá-lo ao segundo turno. A disputa final ideal para Omar seria entre Arthur e Silas. Tanto que ele colocou seu homem de confiança, Jefferson Coronel, para comandar a campanha do pastor. Como as primeiras pesquisas pós-lançamento do parlamentar não foram lá muito favoráveis, o senador incentivou o deputado Serafim Corrêa a se lançar em vôo solo. A ideia para este último é que ele seja um “laranja de luxo”, procurando, com dados técnicos, convencer a população de que a prefeitura enfrenta muitas dificuldades, ajudando, indiretamente, o atual prefeito.

Com o tempo, ficou claro que, para derrubar candidaturas fortes da oposição, como a dos deputados Marcos Rotta e Hissa Abrahão, seria necessário reforçar o time. Foi quando ficou acertado com o deputado Alfredo Nascimento que Marcelo Ramos faria parte da estratégia. Omar, então, negociou com Silas a entrega de dois partidos (PEN e PTC) ao ex-deputado, para reforçar a coligação dele, e incentivou uma aliança mais clara entre o candidato e a Rede Calderaro de Comunicação, outro vértice do losango que compõe o poder no Estado.

O último a entra no barco foi o vice-governador Henrique Oliveira. Omar olha atravessado para o “Cabeção” porque o vê como potencial adversário em 2018, mas decidiu colocá-lo no jogo por entender que ele e o vice de Marcelo Ramos,  Wilson Lima, podem anular a força de Marcos Rotta, já que também são identificados com o enorme contingente que gosta de programas populares de TV. Outra utilidade de Henrique é afastar o PROS, do governador José Melo, da coligação de Arthur, evitando assim que o desgaste do mandatário estadual respingue no prefeito. O partido do cassado dará sustentação á candidatura do vice, também cassado. Este último apêndice da estratéga só se sustenta se não houver uma nova decisão judicial que afaste os dois do governo. Se ela acontecer, estarão ambos inelegíveis por oito longos anos.

Toda a estratégia tem um único objetivo: evitar que a prefeitura caia nas mãos de um grupo onde o senador Eduardo Braga tem grande influência.

Só resta combinar com os russos, ou melhor, com a população.

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