O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou comissão especial para que a tramitação do projeto que reconhece como família apenas núcleos familiares formados por um homem e uma mulher seja acelerada. A proposta vem da bancada evangélica, tendo sido criada por Anderson Ferreira (PR-PE) e enfrenta forte resistência do movimento gay.
Essa é a segunda decisão polêmica do novo presidente da Câmara apenas nesta semana. Na última segunda-feira (9), ele afirmou que o projeto que legaliza o aborto no país só seria votado “por cima de seu cadáver”. A posição gerou bastante desconforto nas alas menos conservadoras da Câmara.
“É um projeto que a sociedade demonstrou querer discutir. Acredito que não haja alteração nesse artigo [que trata da definição de família] pois aumentou a bancada cristã e conservadora”, afirmou, em entrevista ao Estado de S.Paulo, o deputado Anderson Ferreira.
Cunha foi eleito presidente da Câmara com grande apoio da bancada evangélica, sendo ele próprio também evangélico. Na ocasião, derrotou no pleito o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do governo na disputa pela Câmara.