REINADO AZEVEDO Estou em viagem, acompanhando tudo, mas com alguma dificuldade para escrever em razão de uma rotina particular nestes dois últimos dias. Mas vamos lá. Perceberam que o Supremo virou “o último a saber”? Estivesse vivo, o genial Reginaldo Rossi inauguraria uma linha de músicas dedicadas ao tribunal: “O corno jurídico”.
As homologações feitas por Teori Zavascki, Edson Fachin e aquelas levadas a efeito, de baciada, por Cármen Lúcia — estas relativas à Odebrecht — diziam a respeito a, digamos, práticas adúlteras entre o Ministério Público e o Judiciário, na figura de Sérgio Moro. O que já veio à luz simplesmente demole a ordem legal. Se o que já se sabe for admitido como normal, então o que será anormal?
Sergio Moro, Deltan Dallagnol, algumas vozes do Ministério Público e uma parte da, vá lá, imprensa se dedicam a teorias conspiratórias. A imaginação é livre.
E há, claro, o debate sobre a legalidade da captação das mensagens. Ah, legal, convenham, não é.
E os vazamentos de depoimentos sigilosos? São legais?
E a divulgação, por um juiz, de grampo já ilegal à hora da captação? O que dizer a respeito?
Chega a ser comovente esse ataque de legalismo dos valentes.
Que fique claro: por mim, que se investigue tudo. Também os vazamentos.
De toda sorte, nesse caso, os moristas têm como divisa a afirmação de Sérgio Moro na entrevista concedida ao programa “Conversa com Bial”, O que foi mesmo ele disse sobre divulgar grampo ilegal com a fala da então presidente da República? Grave era o conteúdo, não o grampo em si.
Então! É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.
Ou será que Moro, agora, terá o monopólio também do cipó de aroeira?.