Sidônio Trindade prova que não é mentiroso e diz que roubou R$ 11 milhões

O ex-prefeito de Tefé, Sidônio Trindade Gonçalves, pode até ter os piores defeitos do mundo, menos o de ser mentiroso, embora por questões – digamos assim – de sobrevivência, um dia tenha usado desse artifício para convencer à Polícia Federal (PF), em abril de 2105, de que não é ladrão.

Pois muito bem, agora quer a poeira baixou, a PF, que investiga junto com a Controladoria Geral da União (CGU) o desvio de R$ 19 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), dos quais R$ 11 milhões abocanhados por Sildônio, não precisa mais esquentar o juízo de seus investigadores para fazer o ex-prefeito confessar que meteu a mão nos cofres públicos.

Em alto e bom som, Sildônio falou, de viva voz, no último final de semana, durante convenção que oficializou Nicson Marreira como candidato a prefeito de Tefé, que roubou, sim, R$ 11 milhões do Fundeb.

Falou e foi aplaudido pela claque contratada para engrossar a solenidade que homologou o nome de seu preferido para a disputa eleitoral que se avizinha.

Falou como se fosse a coisa mais natural do mundo e pronto.

“Dizem que roubei R$ 11 milhões”, comentava, ele, em tom ameno. E continuou, enfaticamente: “Eu roubei R$ 11 milhões, sim. Mas foi para trabalhar por vocês. Essa é que é a grande verdade, entende? Se eu não fizesse dessa maneira eu seria mais um prefeito que teria apenas passado por aqui”.

Pronto, dona Polícia Federal. O caso está resolvido. Sildônio não esconde o que faz, ele é autêntico, verdadeiro, Sildônio é daqueles que mata a cobra e mostra o pau. Primeiro Rouba para depois trabalhar, foi o que disse o impoluto ex-prefeito.

Entenda o caso

Sidônio Sidônio Trindade Gonçalves esteve a frente da prefeitura de Tefé entre 2005 a 2010.

Em 2011, ele e mais três prefeitos foram alvos da operação Imperados, deflagrada pela Polícia Federal, para desvendar o paradeiro de R$ 19 milhões do Fundeb que teriam sido desviados a partir de esquema montado por agentes públicos.

Consta que esses recursos deferiam ter sido aplicados na educação e na saúde indígena nos municípios de Manaus, Tefé, Pauini e Tabatinga.

Consta, ainda, que no esquema de fraude estariam envolvidos ex-prefeitos, prefeitos, secretários municipais e empresas fantasmas.

No município de Tefé, gestão Sidônio Trindade, a CGU e a PF constaram irregularidades na comprovação dos gastos feitos pela prefeitura no valor de R$ 11 milhões, quanto aos repasses do Fundeb, nos anos de 2008 a 2010.

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