Terceira fase da Operação Sangria se aproximada ainda mais do governador Wilson Lima

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta segunda-feira, 30, em conjunto com o O Ministério Público Federal (MPF), e a Controladoria-Geral da União (CGU), quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados a dois investigados por suposta participação no superfaturamento da compra de equipamentos destinados ao combate à covid-19 no Amazonas.

A ação dos órgãos federais é a terceira fase da Operação Sangria, deflagrada em junho para apurar compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.

De acordo com subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo apenas recentemente foi identificado o envolvimento dos dois servidores no esquema criminoso.

Mesmo sem citar o nome dos envolvidos no esquema de superfaturamento, Lindôra Araújo disse que a operação pode ser decisiva para a confirmação do crime supostamente conduzido pelo governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, como amplamente demonstrado pelas provas já constantes dos autos.

Na primeira fase da operação Sangria, o governador Wilson Lima foi alvo de busca e apreensão, e oito pessoas foram presas, incluindo a secretária de Saúde da época, Simone Papaiz. Na segunda fase, foram quatro presos e o vice-governador Carlos Almeida foi alvo de busca e apreensão.

Segundo a subprocuradora, os servidores tiveram participação direta no fretamento de uma aeronave materializado pelo governo do estado de Amazonas para transportar ventiladores comprados pelo Poder Público.

De acordo com elementos de provas obtidos a partir das diligências cumpridas nas fases anteriores, funcionários da Secretaria de Saúde do Amazonas direcionaram, em favor de uma empresa investigada, a licitação para a compra de respiradores pulmonares, sob orientação da cúpula do governo do estado.

Antes mesmo da abertura da licitação, uma das empresas investigadas adquiriu parte dos respiradores pulmonares em outro estado da Federação e, embora o transporte dos equipamentos fosse de sua responsabilidade, foi o próprio governo do Amazonas quem, por ação dos servidores alvo das medidas cumpridas na data de hoje, custeou o transporte dos equipamentos até Manaus, por meio de avião fretado.

A chegada desse avião à capital amazonense foi acompanhada pessoalmente pelo governador do estado, mas somente dias após foi aberta a licitação na qual foi vencedora a empresa fornecedora de vinhos que, ao fim, forneceu os equipamentos ao governo do Amazonas.

Foram alvos de buscas endereços residenciais e profissionais dos envolvidos, inclusive a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria da Casa Militar do Governo do Amazonas. A ordem para o cumprimento dos mandados foi do ministro Francisco Falcão, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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