Último réu do ‘Massacre do Carandiru’ é condenado a 624 anos de reclusão

O ex-policial militar Cirineu Carlos Letang Silva, de 50 anos, foi condenado na noite desta terça-feira, a 624 anos de reclusão.

Ele foi o último agente público julgado por participação na morte de 111 detentos em outubro de 1992 na Casa de Detenção em São Paulo. No episódio, que ficou conhecido como Massacre do Carandiru, Cirineu foi acusado pela morte de 52 presos.

O ex-policial, que fazia parte da unidade da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), estava sendo acusado pelo Ministério Público Estadual por 73 mortos registradas no segundo andar do pavilhão do Carandiru. Mas o promotor Daniel Tostas pediu a absolvição do réu em 21 desses assassinatos, detentos que foram mortos por armas brancas. A justificativa é de que esses presos tenham sido mortos em brigas com outros detentos.

O julgamento do ex-policial estava marcado para março do ano passado com outros 26 homens da Polícia militar que participaram da operação de 2 de outubro de 1992. Ao todo, 73 policiais militares já foram condenados. Todos recorrem em liberdade. Silva é o único que está preso, mas por outros crimes. Ele é apontado pela Polícia Civil como um assassino em série conhecido informalmente como o “matador de travesti”. Entre 1990 e 2011, Silva teria assassinado seis transexuais. Ele estava preso condenado pela morte de Alison Pereira Cabral dos Anjos.

Últimos julgamentos

Em abril, 15 policiais militares do Comando de Operações Especiais foram condenados pela morte de oito detentos no quarto pavimento do Pavilhão 9 durante o massacre do Carandiru. No mês anterior, a Justiça condenou outros dez policiais militares pela morte de oito detentos no 5º pavimento do 9 da antiga casa de detenção. Nove deles foram sentenciados a 96 anos de reclusão, cada um, e um décimo réu recebeu pena de 104 anos de prisão.

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