Waldívia Alencar é presa na operação “Concreto Armado” deflagrada pelo MP

A ex-secretária estadual de Infraestrutura, Waldivia Alencar é o principal alvo da operação ‘Concreto Armado’ desencadeada na manhã desta quarta-feira (18), em Manaus pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado com apoio da Polícia Civil.

Policiais cumprem na manhã de hoje mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária em nome de uma ex-secretária de estado Waldívia Alencar, no Condomínio Ephygênio Sales, Zona Centro-Sul da capital amazonense.

A operação tem por base procedimento investigatório criminal que visa apurar as condutas de associação criminosa, peculato, fraude ao licitatório e lavagem de capitais, caráter competitivo do procedimento cometidas sob a forma de Organização Criminosa, no Estado do Amazonas, no âmbito da Secretaria de Estado de Infraestrutura, no período de Waldívia Alencar.

Apurou-se a existência de diversas investigações a tramitarem no Tribunal de Contas do Estado e nos diversos setores do próprio Ministério Público do Estado, noticiando a não execução de obras ou serviços e superfaturamentos de contratos e licitações em valores superiores a R$ 25 milhões, no período da ex-secretária.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda emitiu Relatório de Inteligência Financeira, Laboratório de  Tecnologia    Contra Lavagem de Dinheiro Público do Estado do Amazonas, havendo-se apurado movimentações atípicas pelos investigados.

Há indícios de que Waldívia Alencar, entre 11/12/2013 e 22/8/2016, realizou saque na quantia total de R$ 1.420.040,00  enquanto o esposo desta realizou entre o período de 16/08/2010 a 31/03/2016 o depósito de R$ 1.114.020,00 em contas a serem identificadas.

Diante disso, o GAECO do Ministério Público do Estado do Amazonas, em cooperação com o GAECO do Ministério Público de Santa Catarina, buscou bens móveis e imóveis pertencentes aos investigados, havendo-se apurado que, no período em que Waldívia Alencar estava gerindo a Secretaria de Estado, os investigados obtiveram um extraordinário crescimento patrimonial incompatível com a renda declarada.

As investigações apontam que Waldívia e familiares, em nome próprio e por intermédio de empresas, ao todo, se tornaram proprietários de vinte e três imóveis espalhados em mais de um Estado da Federação, a princípio, avaliados em mais de R$ 11 milhões de reais.

Tais aquisições envolvem imóveis de alto valor, a exemplo de duas casas no Condomínio Ephygênio Sales, um supermercado que ocupa um quarteirão, três flats de luxo para aluguel e cinco imóveis na cidade de Florianópolis/Santa Catarina.

Assim, as circunstâncias somadas às outras investigações que tramitam nos diversos órgãos de controle, a exemplo do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público do Estado, trazem indícios da prática de lavagem de capitais e crimes contra a Administração Pública, executados sob a forma de Organização Criminosa , em prejuízo do Estado do Amazonas.

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